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Caderno Mapa n.7 - A Secretaria de Estado do Negócios Estrangeiros e a consolidação das relações exteriores no Brasil

Negócios do Reino e Estrangeiro

s 2 .

Em 23 de agosto foi criada a Secretaria de Estado dos Negócios da

Justiça, cujas competências, em grande parte, pertenciam aos Negócios do Reino. Ainda em 1821, o

Erário Régio mudou sua denominação para Tesouro Público do Rio de Janeiro em 20 de setembro e a

Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos foi transformada em

Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha, em 8 de novembro.(CABRAL; CAMARGO, 2010, p.

57).

Após essas alterações, em 16 de janeiro de 1822, José Bonifácio de Andrada e Silva assumiu a

Secretaria de Estado dos Negócios do Reino e Estrangeiros, tornando-se o condutor do processo de

formação da política externa genuinamente brasileira. Foi dele a autoria do “

Manifesto às Nações Amigas

”,

de 6 de agosto de 1822, assinado por d. Pedro (CERVO; BUENO, 1986, p. 6). A carta, dirigida aos

representantes estrangeiros no Brasil e também aos diplomatas brasileiros no exterior, justificava os

motivos da ruptura com Portugal e apresentava as diretrizes da política externa do Brasil independente,

como podemos ver no trecho abaixo:

Eu os convido a continuarem com o reino do Brasil as mesmas

relações de mútuo interesse e amizade. Estarei pronto a receber os seus

ministros, e agentes diplomáticos, e enviar-lhes os meus, enquanto

durar o cativeiro d´El Rei meu augusto pai. Os portos do Brasil

continuam a estar abertos a todas a nações pacíficas e amigas para o

comércio lícito que as leis não proíbem: os colonos europeus que para

aqui emigrarem poderão continuar com a mais justa proteção neste

país rico e hospitaleiro. Os sábios, os artistas, os capitalistas e os

empreendedores encontrarão também amizade e acolhimento. E

como o Brasil sabe respeitar os direitos dos outros povos e governos

legítimos, espera igualmente por justa retribuição, que seus inalienáveis

direitos sejam também por eles respeitados e reconhecidos, para se não

ver, em caso contrário, na dura necessidade de obrar contra os desejos

de seu generoso coração. (MANIFESTO..., s.d., p. 28)

A administração de Bonifácio frente ao ministério, que, após a independência alterou sua

denominação para Secretaria de Estado dos Negócios do Império e Estrangeiros, foi de grande

importância no que concerne à estrutura administrativa dos Negócios Exteriores. De acordo com

Flávio Mendes de Oliveira Castro, o patriarca da independência “

formou a base triangular em que se apoia até

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Decisão confirmada pelo príncipe regente d. Pedro, pelo decreto de 2 de maio de 1822.

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