Nasceu no povoado de Água Preta, atual Uruçuca, município de Valença, Bahia, em 3 de novembro de 1874. Filho do coronel Firmo Batista Soares e de Rosalina Henrique Soares, foi educado pelo tio, Firmino Soares, vigário da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas. Fez o curso preparatório para o ingresso na Faculdade de Direito da Bahia em Salvador, concluído em 1898. Neste mesmo ano foi nomeado promotor público da comarca de Macaúbas, transferindo-se, em 1902, para Salvador, onde exerceu a advocacia. Ingressou na carreira política como vereador (1908-1911), mas em virtude das disputas políticas locais não se reelegeu ao fim do mandato. Apoiou a candidatura do baiano Rui Barbosa na sucessão presidencial de 1910, na chamada Campanha Civilista, em oposição ao gaúcho marechal Hermes da Fonseca. Candidato a deputado federal (1915) e a deputado estadual (1919), mais uma vez não foi eleito. Em 1925, finalmente elegeu-se senador estadual, tendo renunciado ao cargo no ano seguinte para assumir vaga de deputado federal (1926-1927). Foi um dos membros do Partido Republicano Baiano, em 1927, ao lado de nomes como Miguel Calmon e Francisco Marques de Góes Calmon, governador do estado, Otávio e João Mangabeira, Wanderley de Pinho e Aureliano Leal. Foi eleito governador do estado da Bahia (1928-1932), sucedendo seu patrono político, Francisco Calmon, de quem fora líder de governo no Senado Estadual e na Câmara Federal. Em sua gestão deu continuidade à política econômica de seu antecessor, com apoio ao setor agroexportador e investimento em transporte para escoamento da produção cacaueira. Na educação manteve como inspetor-geral do ensino Anísio Teixeira, que se exonerou em 1929, por não ter obtido o apoio desejado ao seu Plano de Reorganização Progressiva do Sistema Educacional Baiano. Renunciou ao governo do estado para concorrer à sucessão presidencial como vice-presidente, ao lado de Júlio Prestes de Albuquerque, presidente do estado de São Paulo. Sua chapa não obteve o apoio dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, que se uniram em oposição na Aliança Liberal, que lançou a candidatura dos presidentes dos estados do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, para presidente, e da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, como vice. Venceu as eleições, mas com a eclosão da chamada Revolução de 1930, que depôs o presidente Washington Luís (1926-1930), teve impedida sua posse, o que deu início ao governo provisório de Getúlio Vargas (1930-1934). Permaneceu na Europa até 1931, quando retornou ao Brasil e afastou-se da política. Assinou dois importantes documentos, o “Manifesto dos estudantes das escolas superiores da Bahia aos seus colegas e aos republicanos dos outros estados”, de 19 de março de 1897, e o intitulado “À Nação. A Faculdade de Direito da Bahia”, de 3 de novembro de 1897, que questionavam o risco real de Canudos para a República e condenavam a violência das tropas federais. Foi um dos fundadores da Liga da Educação Cívica (1903), diretor do Banco Econômico da Bahia (1917) e professor honorário da Faculdade de Direito (1932), cargo que não assumiu por problemas de saúde. Morreu em Salvador, em 19 de abril de 1933.

 

Dilma Cabral
Out. 2021

 

Bibliografia

CALASANS, José. A Faculdade de Direito da Bahia e a guerra de Canudos. Disponível em: https://bit.ly/3DpxgYw. Acesso em: 8 out. 2021.

O NOVO governo do estado da Bahia. O Paiz, Rio de Janeiro, 29 mar. 1928. Disponível em: https://bit.ly/3iLXbBM. Acesso em: 8 out. 2021.

QUADROS, Consuelo Novais Soares de. Os partidos políticos da Bahia na Primeira República. Disponível em: https://bit.ly/3lqn9MQ. Acesso em: 8 out. 2021.

SOARES, Vital. DICIONÁRIO histórico-biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/2YG4eoK. Acesso em: 8 out. 2021.