Nasceu no Rio de Janeiro, em 20 de abril de 1845. Foi o primogênito dos nove filhos de Teresa de Figueiredo Faria e José Maria da Silva Paranhos, o visconde do Rio Branco, que teve uma notável carreira política e diplomática, destacando-se como uma das mais proeminentes figuras do período monárquico. Iniciou seus estudos no Rio de Janeiro, no Colégio de Pedro II (1855). Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo (1862), mas transferiu-se em seu último ano para a Faculdade de Direito de Recife, onde se bacharelou em 1866. Concluído o curso, viajou pela Europa e retornou ao Brasil em 1868, tendo assumido por um curto período a cadeira de professor interino de história e corografia no Colégio de Pedro II. Ainda em 1868 foi nomeado promotor público da cidade de Nova Friburgo, elegeu-se deputado, pelo Partido Conservador, da província de Mato Grosso (1869-1875). Em janeiro de 1869, acompanhou seu pai, então secretário de Estado das Relações Exteriores, na missão especial ao Rio da Prata, para tratativas sobre as negociações de paz entre os membros da Tríplice Aliança e o estabelecimento do governo provisório do Paraguai. Em 1876 foi nomeado, após várias tentativas, ao cargo de cônsul-geral do Brasil em Liverpool (1876-1896), na Inglaterra, o que deu início a sua carreira na diplomacia. Nesse período representou o Brasil na Exposição Universal de São Petersburgo (1884), para promoção do café brasileiro, e acumulou a superintendência geral na Europa do serviço de imigração para o Brasil, com sede em Paris (1891-1893). Esteve à frente da representação do Brasil na Questão de Palmas, com a Argentina, arbitrada por Grover Cleveland, presidente dos EUA (1893-1895); e na Questão do Amapá, com a França, arbitrada por Walter Hauser, (1898-1899), presidente do Conselho Federal da Suíça; além de ter chefiado a legação do Brasil em Berlim (1901-1902). Foi convidado pelo presidente Francisco de Paula Rodrigues Alves (1902-1906) para assumir o Ministério das Relações Exteriores, tendo permanecido no cargo nos governos de Afonso Pena (1906-1909), Nilo Peçanha (1909-1910) e Hermes da Fonseca (1910-1914). À frente da pasta negociou com a Bolívia a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903), que incorporou ao Brasil o Acre, cuja capital recebeu seu nome, além de outras importantes disputas territoriais com países latino-americanos, em que foram definidos os contornos do país: Equador (1904), Colômbia (1907), Peru (1904 e 1909), Uruguai (1909) e Argentina (1910). Ao longo de sua vida dedicou-se ainda à história e ao jornalismo, foi diretor do jornal A Nação (1875-1886), além de colaborar em periódicos diversos como O vinte e cinco de março (Recife), Jornal do Brasil e Jornal do Comércio, e a revista francesa L´Illustration. Publicou obras diversas sobre o Brasil, colaborou com a Grande Encyclopédie (1889), de E. Levasseur, com a Le Brésil (1889), do editor Sant’Anna Nery, Efemérides brasileiras (1893-1912), biografias diversas e trabalhos sobre a questão de limites. Casou-se, em 1889, com a atriz belga Marie Philomène Stevens, após dezessete anos de relação, e com quem já tinha cinco filhos. Integrou as mais respeitadas academias, como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que presidiu (1907-1912), foi membro da Academia Brasileira de Letras (1898), um dos fundadores da Sociedade Francesa dos Amigos das Artes, sócio correspondente da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, sócio honorário do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, da Sociedade de Geografia de Paris e da Real Sociedade de Geografia de Londres. Recebeu o título de conselheiro (1884) e de barão do Rio Branco (1888). Morreu no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1912, ocasião em que foi alterado o calendário oficial da cidade e o Carnaval adiado por um mês.
Bibliografia
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