Nasceu em Ipioca, atual Floriano Peixoto, distrito de Maceió, estado de Alagoas, em 30 de abril de 1839. Filho de Manuel Vieira de Araújo Peixoto e Ana Joaquina de Albuquerque. Originário de uma família humilde, foi criado por seu tio e padrinho José Vieira de Araújo Peixoto (1798-1875), político de prestígio da região e proprietário de engenho. Em 1872, casou-se com sua prima, Josina Vieira Peixoto, filha do seu padrinho. Iniciou os estudos primários com um preceptor clérigo, passando, depois, ao internato do Colégio Espírito Santo, na capital do estado de Alagoas. Mudou-se em 1855 para o Rio de Janeiro, onde fez o ensino secundário no Colégio São Pedro de Alcântara. Em 1858, ingressou na Escola Central do Exército, como então passou a se chamar a Escola Militar do Rio de Janeiro. Concluindo o curso, passou a integrar o Corpo de Artilharia. Entrou na Escola Militar da Praia Vermelha em 1860 e fez uma sólida carreira militar: assentou praça como soldado voluntário (1857), sendo promovido a segundo-tenente (1861), a primeiro-tenente (1863), a capitão (1866), a major (1869), a tenente-coronel (1870), a coronel (1874), a general de brigada (1883), a marechal de campo (1889) e a tenente-general (1890). Esteve na Guerra do Paraguai (1864-1870) comandando o 1º Batalhão de Artilharia a Pé, onde participou de importantes batalhas ao longo do conflito que envolveu o Paraguai, o Brasil, a Argentina e o Uruguai. Foi incorporado, em 1866, ao Batalhão de Engenheiros do 1º Corpo do Exército e, no ano seguinte, desligou-se do batalhão, passando a desempenhar a função de fiscal do 25º Corpo de Voluntários da Pátria do 1º Corpo do Exército. No final de 1867, foi nomeado para o comando do 9º Batalhão de Infantaria. Alguns anos depois foi designado para o comando do 3º Regimento de Artilharia a Cavalo (1874-1878), e assumiu a direção do Arsenal de Guerra de Pernambuco (1879-1881), cuja missão era inspecionar as companhias militares do Nordeste. Em 1883, foi incorporado ao corpo do Estado-Maior General e, depois, comandante das Armas e presidente da província de Mato Grosso (1884-1885). Em 1889, foi promovido a ajudante-general do Exército, cargo cumulativo com o de comandante da Guarnição da Corte e Província do Rio de Janeiro, o que lhe rendeu grande prestígio no círculo militar. Teve atuação destacada ao lado do capitão Benjamin Constant Botelho de Magalhães (1837-1891), seu professor e combatente na Guerra do Paraguai, nos eventos que desembocaram na instauração do regime republicano no país. Com a República, ocupou os cargos de ministro da Guerra (1890-1891), constituinte (1891), senador por Alagoas (1891), presidente do Conselho Supremo Militar e de Justiça (1891-1893), vice-presidente da República (1891) e presidente da República (1891-1894). Durante o governo provisório, foi mantido no cargo de ajudante-general do Exército, comandando a repressão – sob as ordens de Benjamin Constant, então ministro da Guerra (1889-1890) – aos movimentos vistos como restauradores da ordem monárquica. Em 1890, foi nomeado ministro da Guerra (1890-1891) no lugar de Benjamin Constant, que deixou a pasta para dirigir a recém-criada Secretaria de Estado dos Negócios da Instrução Pública, Correios e Telégrafos. Nesse mesmo ano, assumiu também a vice-chefia do governo provisório, sucedendo a Rui Barbosa (1849-1923). Nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que ocorreram no dia 15 de setembro de 1890, foi eleito senador por Alagoas. Em 1891, foi indicado conselheiro de Guerra do Conselho Supremo Militar, que, a partir de 1893, passou a denominar-se Supremo Tribunal Militar (STM). Foi o primeiro vice-presidente constitucional do regime republicano, tendo sido empossado em 25 de fevereiro de 1891. Após a renúncia do marechal Deodoro, em 23 de novembro de 1891, assumiu a Presidência da República. Revogou o estado de sítio, reabriu o Congresso e enfrentou forte oposição ao seu governo por parte dos que reagiram contra a intervenção federal nos estados que haviam apoiado o golpe deodorista em 1891 e por aqueles que pediam a convocação de novas eleições, conforme previa a Constituição nos casos de vacância do cargo num período menor que dois anos. Decretou o estado de sítio na capital e em Niterói (RJ) por 72 horas, determinando a prisão e, depois, o desterro para regiões longínquas do país de muitos civis e militares oposicionistas, que foram acusados pelo crime de sedição, sendo, mais tarde, beneficiados por uma anistia aprovada pelo Congresso. Enfrentou a Revolução Federalista (1893-1895), no Rio Grande do Sul, guerra civil entre os liberais do Partido Federalista e os republicanos históricos de orientação positivista organizados no Partido Republicano Riograndense (PRR), que disputavam o poder executivo estadual. Combateu a Revolta da Armada (1893-1894), rebelião que teve início nos navios estacionados no Rio de Janeiro envolvendo antigas rivalidades entre o Exército e a Marinha. Tornou-se sócio do Clube Abolicionista Ceará Livre (1883), recebeu por seus atos de bravura na Guerra do Paraguai a medalha ao Mérito Militar, além de inúmeras condecorações como a do Cavaleiro da Ordem da Rosa, Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro, Medalha de Uruguaiana e Medalha Geral da Campanha do Paraguai. Morreu na cidade de Divisa, no Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1895.

 

Daniella Hoffbauer
Gláucia Tomaz de Aquino Pessoa
Jun. 2019

 

Bibliografia

ARQUIVO NACIONAL (Brasil). Os Presidentes e a República: Deodoro da Fonseca a Dilma Rousseff. 5ª ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: O Arquivo, 2012.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 8ª ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 2000.

FLORIANO PEIXOTO. In: ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário histórico-biográfico da Primeira República 1889-1930. Fundação Getúlio Vargas. Disponível em: https://bit.ly/2BCzxla. Acesso em: 10 jun. 2019.

FLORIANO PEIXOTO. In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012.