Nasceu na cidade de São Caetano da Vargem Grande, hoje Brasópolis, estado de Minas Gerais, em 26 de fevereiro de 1868. Era filho do coronel Francisco Brás Pereira Gomes, político no Império, líder do Partido Conservador, e de Isabel Pereira dos Santos. Seu primo Delfim Moreira da Costa Ribeiro (1868-1920) foi vice-presidente e presidente interino da República (nov. 1918 – jul. 1919), cargo que assumiu por ocasião da morte de Rodrigues Alves (1848-1919) em seu segundo mandato. Iniciou os estudos em sua cidade natal e, depois, mudou-se para a cidade de São Paulo, onde estudou humanidades no Seminário Episcopal. Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo (1886-1890) e, depois de formado, retornou ao estado de Minas Gerais, sendo nomeado promotor público em Jacuí. Foi prefeito de Monte Santo (MG), deputado estadual (1892-1898), secretário da Secretaria do Interior, Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (1898-1902), deputado federal pelo Partido Republicano Mineiro (1903-1908), presidente de Minas Gerais (1909), elegeu-se vice-presidente (1910) e presidente da República (1914-1918). Assumiu a Presidência em 15 de novembro de 1914 em meio a uma grave crise econômico-financeira, originada com a eclosão da Guerra Mundial (1914-1918). Seu governo recorreu a partir de 1917 à segunda valorização do café por meio da queima de três milhões de sacas em estoque, fato que, somado à ocorrência de uma forte geada no ano de 1918, levou a uma redução significativa da safra então prevista. Os preços da saca de café subiram consideravelmente e o país chegou então ao final do conflito sem o incômodo que representava o excesso de oferta do produto no mercado internacional. Com a guerra e a crise financeira internacional ocorreu um crescimento da produção industrial brasileira, ainda que restrito, por meio de um processo denominado “substituição de importações”. Seu governo adotou então medidas destinadas a incentivar a industrialização, entre as quais se destacaram a criação de siderurgia e de escolas profissionalizantes para formar mão de obra especializada. Em 1916, pôs fim ao conflito armado iniciado em 1912 que opôs os governos federal e estadual aos sertanejos do Contestado, região situada na divisa entre o Paraná e Santa Catarina, que inicialmente vinha sendo reivindicada por ambos os estados. Esse movimento social reuniu, além dos trabalhadores rurais, a população local afetada pela presença de empresas estrangeiras cuja finalização de algumas obras, tais como a da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, gerou um contingente considerável de desempregados. Em 1916, promulgou o Código Civil baixado pela lei n. 3.071, de 1º de janeiro. E, em 1917, após o incidente envolvendo o navio brasileiro afundado pelos alemães, entrou na Guerra Mundial, rompendo relações com a Alemanha. Faleceu na cidade de Itajubá, Minas Gerais, em 15 de maio de 1966.                                                                                

Daniela Hoffbauer
Gláucia Tomaz de Aquino Pessoa
Jun. 2019

Bibliografia

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VENCESLAU BRÁS. In. ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário histórico-biográfico brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001. Disponível em: https://bit.ly/2odsaO4. Acesso em: 11 jun. 2019.

VENCESLAU BRÁS. In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012.