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Alexandrino Faria de Alencar

Publicado: Quinta, 14 de Outubro de 2021, 10h09 | Última atualização em Segunda, 09 de Mai de 2022, 15h03 | Acessos: 4875

Nasceu em Rio Pardo, Rio Grande do Sul, em 12 de outubro de 1848. De família tradicional, era filho do capitão do Exército  e Ana Ubaldina de Faria. Bisneto do general francês Pedro Labatut, que participou da guerra de independência em Salvador, e sobrinho-bisneto de Bárbara Pereira de Alencar, célebre por sua atuação na Revolução Pernambucana (1817) e na Confederação do Equador (1824). Transferiu-se para o Rio de Janeiro com o objetivo de se preparar para a Escola Naval, na qual ingressou como praça de aspirante a guarda-marinha (1865). Em sua trajetória militar exerceu diversos cargos de comando, tendo ocupado os postos de guarda-marinha (1868), segundo-tenente (1870), primeiro-tenente (1873), capitão-tenente (1885), capitão de fragata (1890), capitão de mar e guerra (1900), contra-almirante (1902), vice-almirante graduado (1908) e efetivo (1910), e almirante graduado (1914). Voluntariou-se à Guerra do Paraguai (1864-1870), em requerimento ao imperador D. Pedro II, mas foi reconduzido ao Rio de Janeiro para continuar os estudos. Acabou participando da guerra ao servir na Divisão Naval de Montevidéu, e foi condecorado com a medalha da Campanha do Paraguai, oferecida por Uruguai, Brasil e Argentina. Republicano, fez parte da conspiração que levou à instauração da República em 1889 e, à frente do encouraçado Riachuelo, escoltou o Alagoas, que conduzia a família real em seu exílio, até o limite das águas territoriais brasileiras. Posicionou-se contra o golpe de 3 de novembro, que fechou o Congresso Nacional e instaurou o estado de sítio, e integrou o movimento liderado por Custódio de Melo que pressionou Deodoro da Fonseca a renunciar à presidência em 23 de novembro de 1891, assumindo o vice-presidente marechal Floriano Peixoto. Em 1893, no comando do encouraçado Aquidaban, participou da Revolta da Armada (1893-1894), movimento comandado por Saldanha da Gama, Eduardo Wandenkolk e Custódio de Melo, que exigia novas eleições. Derrotada a revolta pelo governo federal, exilou-se em Montevidéu, retornando ao Brasil em 1897, anistiado e reintegrado à Marinha. Em 1905 foi eleito senador pelo estado do Amazonas, renunciando no ano seguinte para ocupar o cargo de ministro da Marinha nos governos de Afonso Pena (1606-1909) e de Nilo Peçanha (1909-1910), que assumiu a presidência com a morte do titular. Eleito para a legislatura 1921-1922 para o Senado, renunciaria mais uma vez pelo mesmo motivo. Foi ministro da Marinha no período 1913-1918, e nos governos de Hermes da  Fonseca (1910-1914), Venceslau Brás (1914-1918) e Artur Bernardes (1922-1926). Nesta sua última passagem pelo Ministério da Marinha, também renunciou ao mandato de senador pelo Amazonas, eleito para a legislatura 1921-1922. Sua gestão à frente desse ministério nos diferentes períodos foi marcada pela reestruturação administrativa do órgão, reorganização de seus quadros e modernização técnica, constante do Programa Naval de 1906, que ficaria conhecido como Programa Alexandrino. Destacou-se ainda pelo investimento na melhoria do ensino profissional para praças e oficiais, pela promulgação de nova lei para o ensino naval, e pela construção e compra de navios e submarinos. Criou o Conselho do Almirantado, novas escolas de aprendizes-marinheiros, a Escola Naval de Guerra e Escola de Aviação Naval. Foi em sua gestão que ocorreu a Revolta da Chibata (1910), em que marinheiros, cabos e sargentos rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos na Marinha. Em 1909 foi nomeado ministro do Superior Tribunal Militar (STM), cargo em que se manteve por 11 anos. Recebeu a medalha do Mérito Militar e o título de Cavaleiro da Ordem de Aviz. Publicou relatórios e trabalhos técnicos, além da obra Aquidaban: histórico do combate de 16 de abril (1895). Morreu no Rio de Janeiro, em 18 de abril de 1926.

 

Daniela Hoffbauer
Dez. 2020

 

Bibliografia

ALEXANDRINO de Alencar. Senado Federal. Disponível em: https://bit.ly/3rBbc6X. Acesso em: 29 mar. 2021.

ALEXANDRINO Faria de Alencar. DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3fqZjOL. Acesso em: 10 dez. 2020.

ALEXANDRINO Faria de Alencar. Acervo Arquivístico da Marinha do Brasil. Disponível em: https://bit.ly/3m6lP0z. Acesso em: 29 mar. 2021.

ALEXANDRINO Faria de Alencar. In: SACRAMENTO BLAKE, Augusto Victorino Alves. Dicionário bibliográfico brasileiro. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1883. V.1. Disponível em: https://bit.ly/2PEkBgQ. Acesso em: 11 dez 2020.

ALEXANDRINO Faria de Alencar. Centro de Instrução Almirante Alexandrino. Disponível em: https://bit.ly/2PIyUkE. Acesso em: 29 mar. 2021.

ALMEIDA, Silvia Capanema P. A modernização do material e do pessoal da Marinha nas vésperas da revolta dos marujos de 1910: modelos e contradições. Estudos Históricos,  Rio de Janeiro,  v. 23, n. 45, p. 147-169,  jun.  2010. Disponível em: https://bit.ly/3foMPXF. Acesso em: 30 mar. 2021. 

ALMIRANTE Alexandrino Faria de Alencar. Disponível em: https://bit.ly/3ualrRg. Acesso em: 29 mar. 2021.

ALVES, Salomão Pontes. Pelo domínio dos mares do sul: a modernização da Marinha na Primeira República (1891-1930). [recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3ftZ6tX. Acesso em: 29 mar. 2021.

MOURA, Gláucia Moraes de. Sentimentos republicanos em pensamentos navais: a participação de oficiais da Marinha navais – a participação de oficiais da Marinha na implantação da República brasileira. Disponível em: https://bit.ly/3rzSzAt. Acesso em: 30 mar. 2021.

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