Nasceu em Desterro, atual Florianópolis, Santa Catarina, em 10 de setembro de 1834. Era filho de Tomásia Vemos e de Antônio José Falcão da Frota, oficial da Marinha portuguesa que veio para o Brasil junto com d. João VI e assumiu vários postos após a Independência, como o de agente político em Buenos Aires (1825). Irmão de Júlio Anacleto Falcão da Frota, militar e político, governador do estado do Rio Grande do Sul (1890) e senador da República (1890-1909), participante da Assembleia Nacional Constituinte (1890-1891), que elaborou a primeira Constituição republicana. Era casado com Ana do Vale e Almeida, filha do capitão Boaventura Leitão de Almeida e de Maria Joana do Vale. Assentou praça voluntariamente em 1850 e seguiu para a campanha do Prata, após a assinatura do tratado de aliança entre Brasil, Montevidéu e as províncias de Entre-Rios e Corrientes, contra os generais Manoel Oribe (Uruguai) e Juan Manuel de Rosas (Argentina), em maio de 1851. Estudou no Curso de Infantaria e Cavalaria da Província do Rio Grande do Sul, criado em 1851 e posteriormente denominado Escola Militar de Porto Alegre, na Escola Militar do Rio de Janeiro e na Escola de Tiro de Campo Grande, também localizada na capital do país. Foi alferes-aluno (1855), alferes (1856), tenente (1861), capitão (1867), major (1869), tenente-coronel (1871), coronel (1875), graduado (1886) e efetivado (1888) no posto de brigadeiro, marechal-de-campo (1890), general-de-divisão (1890), e reformou-se como marechal (1891). Integrou as tropas que avançaram pelo território do Uruguai em 1864, em razão de disputas políticas na região, desencadeando o conflito que ficaria conhecido como Guerra do Paraguai (1864-1870). Participou de diversos combates, inclusive da batalha do Avaí (1868). Após a Proclamação da República, exerceu interinamente o comando da guarnição do Rio Grande do Sul. Foi nomeado ministro da Guerra por Deodoro da Fonseca, sucedendo Floriano Peixoto na pasta. Permaneceu no cargo de 22 de janeiro a 23 de novembro de 1891. Durante sua gestão, foram aprovados os decretos n. 431, de 2 julho, que dividiu o território brasileiro em sete distritos militares e extinguiu os comandos de armas e de brigada, e n. 1.351, de 7 de fevereiro de 1891, que regulou o acesso aos postos de oficiais das diferentes armas e corpos do Exército. Recebeu diversos títulos e condecorações durante sua trajetória profissional, dentre eles, o de cavaleiro das ordens de São Bento de Aviz, de Cristo, da Rosa e do Cruzeiro, e medalhas do mérito militar das campanhas do Uruguai e do Paraguai. Morreu em Pelotas, Rio Grande do Sul, em 21 de março de 1900.
Angélica Ricci Camargo
Ago. 2023
Bibliografia
CABRAL, Oswaldo R. O esquecido tradutor de um livro raro. Blumenau em Cadernos, Blumenau, tomo XIV, n. 3, p. 41-50, março 1973. Disponível em: https://shre.ink/2HiA. Acesso em: 24 ago. 2023.
FROTA, Falcão da. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://shre.ink/2HV5. Acesso em: 24 ago. 2023.
MINISTÉRIO da Guerra (1889-1930). In: DICIONÁRIO da Administração Pública da Primeira República, 2018. Disponível em: https://shre.ink/2HJ3. Acesso em: 24 ago. 2023.
PONDÉ, Francisco de Paula e Azevedo. Organização e administração do Ministério do Exército. Brasília: Escola Nacional de Administração Pública; Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1994. (História Administrativa do Brasil, v. 37).
RANDIG, Rodrigo Wiese. Argentina, primeiro país a reconhecer a independência do Brasil. Cadernos do CHDD, Rio de Janeiro, ano 16, n. 31, p. 501-524, segundo semestre 2017. Disponível em: https://shre.ink/2H2B.