Nasceu no Rio de Janeiro, em 29 de outubro de 1839, filho do major Antônio Luís de Moura. Assentou praça no 1º Batalhão de Artilharia, em 1857, e no ano seguinte matriculou-se na Escola Militar, em 12 de março de 1858, tornando-se alferes -aluno. Em sua carreira militar foi segundo-tenente (1861), primeiro-tenente (1862), capitão (1866), major (1871), com antiguidade de outubro de 1870, tenente-coronel (1880), coronel (1885), e general de brigada graduado (1890), efetivo (1891, e general de brigada (1893). Participou da Guerra do Uruguai (1864-1865) e na Guerra do Paraguai (1864-1870), onde lutou nos combates da Ilha da Redenção (1866), da Batalha do Tuiuti (1866) e na Campanha da Cordilheira (1869-1870). Assumiu importantes cargos em sua trajetória profissional, sendo diretor do Arsenal de Guerra do Pará (1880), comandou o Batalhão de Engenheiros (1882), a Escola de Tiro de Campo Grande (1884), a Escola de Aprendizes Artilheiros (1885) e a Escola Militar do Rio Grande do Sul (1888). Em 1892, foi nomeado ministro da Guerra, no governo do marechal Floriano Peixoto (1891-1894). Sucedeu ao ministro interino, almirante Custódio de Melo, que acumulava as pastas da Guerra e da Marinha. Transferiu-se para o Rio Grande do Sul, de onde dirigiu as tropas federais no combate à Revolução Federalista (1893-1895), que atingiu também os estados do Paraná e Santa Catarina. No levante confrontaram-se federalistas, sob a liderança de Gaspar Silveira Martins, contra os republicanos, liderados pelo presidente do estado, Júlio de Castilhos, apoiado pelo governo federal. Exonerou-se do cargo de ministro da Guerra em 1894, mesmo ano em que foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar. Reformou-se, a pedido, no posto de marechal por decreto de 3 de novembro de 1898. Foi um dos fundadores e presidente do Clube Militar (1897-1901). Foi agraciado com as medalhas da Ordem da Rosa e da Ordem de Cristo, por sua participação nas campanhas do Uruguai e Paraguai, e da Ordem Imperial do Cruzeiro. Foi ainda oficial da Ordem de São Bento de Aviz. Morreu no Rio de Janeiro, em 5 de janeiro de 1911.

Daniela Hoffbauer
Jan. 2024.

Bibliografia

BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Francisco Antônio de Moura. In: Dicionário bibliográfico brasileiro. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1893, v. 2 (C-F).

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2000. 8ª ed.

MOURA, Francisco Antônio de. In: ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário histórico-biográfico da Primeira república 1889-1930. Fundação Getúlio Vargas. Disponível em: https://l1nq.com/qg68a. Acesso em: 4 jan. 2024. 

PONDÉ, Francisco de Paula e A. Organização e Administração do Ministério do Exército. Coord. Vicente Tapajós. Brasília; ENAP; Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1994, vol. 37.

MEMÓRIA JUSTIÇA MILITAR da União. Biografia de Ministros. Marechal Francisco Antônio de Moura. Disponível em: https://shre.ink/8lYM. Acesso em: 24 mai. 2024.