Nasceu na cidade de Campanha, província de Minas Gerais, em 11 de abril de 1881. De família tradicional de proprietários de terras no sul de Minas Gerais, era filho do major Manuel Inácio de Miranda e de Josefina Carolina da Veiga. Iniciou os estudos secundários em Baependi e Barbacena, Minas Gerais, e, em 1896, mudou-se para São Paulo. Ingressou na Escola Politécnica de São Paulo, concluindo o curso de engenharia civil em 1904. Já formado, foi professor de matemática da Escola de Comércio Álvares Penteado, transferindo-se em 1907 para Ribeirão Preto, quando foi nomeado professor do ginásio recém-criado na cidade. Ingressou na política elegendo-se vereador na Câmara Municipal de Ribeirão Preto para sucessivas legislaturas: 1908-1911, 1911-1914, 1914-1917 e 1917-1920. Foi prefeito da cidade de Ribeirão Preto no período 1908-1909, renunciando ao cargo. Filiado ao Partido Republicano Paulista (PRP), foi deputado estadual para a legislatura 1916-1918, tendo integrado a Comissão de Comércio, Indústria e Obras Públicas da Assembleia Legislativa. Foi eleito deputado federal para as legislaturas 1918-1920 e 1921-1923, não concluindo o segundo mandato por ter sido nomeado ministro da Marinha pelo presidente Epitácio Pessoa (1919-1922). Sua curta gestão foi marcada pelo combate à Revolta Tenentista que eclodiu no Rio de Janeiro em 1922, além de uma série de melhoramentos como a reorganização do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, do Depósito Naval e do Corpo de Saúde Naval; o novo regulamento para a Escola Naval de Guerra; a transferência da Escola de Aviação Naval da Ilha das Enxadas para a Ilha do Governador; e a organização das bases navais para o contrato da Missão Naval Americana. Após deixar a pasta da Marinha, afastou-se da política e voltou a morar em Ribeirão Preto. Foi presidente da Sociedade Recreativa, clube tradicional de Ribeirão Preto (1915-1917), membro da Sociedade Rural Brasileira e da Academia Paulista de Letras. Colaborou com alguns periódicos, como Jornal do Comércio (São Paulo), Diário da Manhã e o Correio Paulistano, este último vinculado ao PRP. Publicou o livro Quatorze meses na pasta da Marinha, além de romances, contos e peças de teatro, como Pássaros que fogem (1908), Redenção (1914), Mau olhado (1919). Faleceu na fazenda Humaitá, em Ribeirão Preto, em 17 de fevereiro de 1936.
Daniela Hoffbauer
dez. 2024
Bibliografia
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