Nasceu em Vila Boa de Goiás, capital da província de Goiás, conhecida atualmente como Goiás Velho, em 12 de fevereiro de 1838. De família tradicional, era filho do coronel Joaquim Rodrigues de Morais e de Maria Altina Jardim. Seu avô materno era José Rodrigues Jardim, uma das mais importantes figuras da elite política de seu período, foi presidente da província de Goiás (1831-1837) e senador (1837-1842). Seu primo, José Leopoldo de Bulhões Jardim, foi membro da primeira junta governativa provisória de Goiás (1822) e do conselho administrativo (1824), presidente da província (1831-1837), senador do Império (1893-1917) e ministro da Fazenda nos governos Rodrigues Alves (1902-1906) e Nilo Peçanha (1910-1911). Fez seus primeiros estudos no Liceu de Via Boa, transferindo-se para o Rio de Janeiro ao ingressar na Escola Militar da Corte, em 1855, onde obteve os títulos de engenheiro militar e civil e bacharel em ciências matemáticas. Em sua carreira militar ocupou os postos de alferes-aluno (1857), primeiro-tenente (1861), capitão (1868), major (1869), tenente-coronel (1874), coronel (1885), general de brigada (1891) e marechal (1892). Atuou como engenheiro-militar no Pará e no Paraná, e apresentando-se como voluntário à Guerra do Paraguai (1864-1870), integrou a comissão de engenheiros. Ao final da guerra, foi nomeado engenheiro-ajudante da Inspetoria Geral de Obras Públicas da Corte, da Secretaria de Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, assumindo a sua direção em 1873. À frente da inspetoria dedicou-se ao projeto de uma rede de abastecimento de água da cidade, com a inauguração de um novo sistema que captava água dos rios São Pedro e do Ouro, na Serra do Tinguá, e o reservatório do Pedregulho, implantadas entre 1877 e 1880. Participou da Comissão de Melhoramentos da Cidade do Rio de Janeiro (1874-1876), criada pelo secretário dos Negócios do Império, João Alfredo Correia de Oliveira, composta ainda pelos engenheiros Marcelino Ramos e presidida por Francisco Pereira Passos, que propôs uma ampla intervenção na área periférica e central da cidade. Em 1880, elegeu-se deputado geral, por Goiás, concluindo seu mandato no ano seguinte. No ano seguinte, por divergências em relação ao seu trabalho, afastou-se do cargo na Inspetoria Geral de Obras Públicas da Corte, transferindo-se para o Arquivo Militar, onde tornou-se chefe da Seção de Geodésia e Topografia, em 1887. Em 1883, retornou à Câmara dos Deputados, e foi afastado no ano seguinte por ocasião de sua dissolução pelo imperador d. Pedro II. Em 1889 foi nomeado presidente da província do Ceará, ficando apenas um mês no cargo, em virtude da Proclamação da República. Foi presidente da Comissão Geral de Viação, responsável pela elaboração do primeiro plano de viação da República (1890-1891). Foi diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), no governo de Prudente de Morais (1894-1896). Em 1898, substituiu o Sebastião Eurico Gonçalves de Lacerda à frente do Ministério da Viação e Obras Públicas. Foi , foi vice-presidente do Instituto Politécnico, sócio fundador do Clube de Engenharia (1880), e participou do 1° Congresso das Estradas de Ferro do Brasil, promovido pela entidade (1882). Faleceu em 16 de setembro de 1916, no Rio de janeiro.
Daniela Hoffbauer
nov. 2024
Bibliografia
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp. 2010.
GRAMACHO. A. Eng. Jerônimo Jardim: notas biográficas. Disponível em: https://shre.ink/geLI. Acesso: 14 nov. 2024.
JARDIM, Jerônimo de Morais. In: ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário histórico-biográfico da Primeira república (1889-1930). Rio de Janeiro: Editora FGV. Disponível em https://shre.ink/geAR. Acesso: 4 nov. 2024.
MARINHO, Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro. Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II: a grande escola prática da nascente Engenharia Civil no Brasil oitocentista. Topoi, Rio de Janeiro, v. 16, n. 30, p. 203-233, jan./jun. 2015. Disponível em: https://revistatopoi.org/site/topoi30/. Acesso em: 27 fev. 2025.
MINISTÉRIO da Guerra (1889-1930). In: DICIONÁRIO da Administração Pública Brasileira da Primeira República (1889-1930), 2020. Disponível em: https://shre.ink/geLP. Acesso: 6 nov. 2024.
MINISTÉRIO da Indústria, Viação e obras públicas (1889-1930). In: DICIONÁRIO da Administração Pública Brasileira da Primeira República (1889-1930), 2020. Disponível em: https://l1nk.dev/TI3KO. Acesso: 6 nov. 2024.
RIBEIRO, José Eustáquio. Da impolítica à política: Estado Imperial e formação das elites dirigentes em Goiás na primeira metade do século XIX (Das Cortes de Lisboa à Regência - 1821-1839). Tese (Doutorado em História) - Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiás, 2016.