Nasceu em São Paulo, em 19 de fevereiro de 1865. De família tradicional, era filho do comendador Joaquim Cândido de Azevedo Marques e de Rita Peixoto de Melo. Em 1881, após estudos preparatórios no Curso Anexo, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, concluindo o curso em 1886. Nesse ano, foi nomeado promotor público da comarca de Batatais, em São Paulo, passando, no ano seguinte, a juiz municipal e de órfãos do mesmo termo e, em 1890, a juiz de direito de Franca. Não sendo indicado juiz de direito, após a reforma do Judiciário dispensar o concurso para nomeações na magistratura do estado, transferiu-se para São Paulo, onde passou a exercer a advocacia. Em 1898, foi eleito deputado estadual pelo Partido Republicano Paulista (PRP) para a legislatura 1898-1900 e, mais tarde, 1907-1909. Foi eleito deputado federal para as legislaturas 1900-1902 e 1903-1905. No âmbito estadual, notabilizou-se por sua atuação em temas relativos ao Judiciário, mas também organização administrativa e financeira municipais, crédito agrícola, cafeicultura, imigração, educação. No Câmara dos Deputados, participou da Comissão de Legislação, Constituição e Justiça, e daquela encarregada de elaborar o projeto do Código Civil que seria concluído apenas em 1916, a chamada Comissão dos 21. Ao final do seu mantado, retorna à advocacia e disputa, em 1911, a livre-docência na Faculdade de Direito de São Paulo, tornando-se professor extraordinário efetivo em 1912, professor ordinário de teoria e prática do processo criminal em 1913 e professor catedrático da mesma disciplina em 1916. Em 1919, foi nomeado ministro das Relações Exteriores, pelo presidente Epitácio Pessoa (1919-1922). Assumiu a pasta na conjuntura pós-Primeira Guerra Mundial, ocupando-se de uma série de questões relativas ao restabelecimento de relações políticas e econômicas com a Alemanha e ao estabelecimento do Tribunal Arbitral Brasil-Alemanha, além de questões de fronteiras e limites, o que significou negociações em torno de convenções e tratados, como, por exemplo, com Peru, Bolívia e Uruguai, assim como a reforma do Ministério das Relações Exteriores. Foi o primeiro presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção São Paulo, no biênio 1932-1933. Ao longo de sua carreira jurídica, publicou em periódicos como Revista dos Tribunais, O Direito e Revista do Direito. Morreu em São Paulo, em 24 de maio de 1943.
Daniela Hoffbauer
fev. 2025
Bibliografia
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