Nasceu na freguesia de Santo Antônio, comarca do Rio Grande das Mortes, em Minas Gerais, em 14 de outubro de 1742. Seu nome de batismo era José Veloso Xavier, vindo a ser primo de Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), mais conhecido como Tiradentes, um dos integrantes da Inconfidência Mineira. Aos dezenove anos entrou para o convento franciscano de São Boaventura de Macacu, em Nova Friburgo. Veio morar no Rio de Janeiro e estudou filosofia e teologia no convento de Santo Antônio, onde foi ordenado, em 1766, tornando-se o frei José Mariano da Conceição Veloso. Em 1771 foi designado docente de geometria no convento de S. Paulo e, em 1779, foi eleito lente de retórica. Deu lições de história natural no convento de Santo Antônio, onde transformou a sua cela num museu e herbário, tornando-se um naturalista autodidata. Seu trabalho beneficiou-se da reforma dos estudos na Ordem de São Francisco introduzidos pelo frei Manuel Cenáculo Vilas Boas (1769), e do estímulo ao ensino ilustrado da história natural. No Rio de Janeiro, na década de 1770, o vice-rei, marquês do Lavradio, incentivou a criação de academias científicas e a produção de conhecimento, segundo os princípios pragmáticos e utilitários da ilustração. De 1783 a 1790, sob o convite do vice-reiLuís de Vasconcelos e Sousa, chefiou expedição botânica pela capitania do Rio de Janeiro com o objetivo de coletar e descrever a flora fluminense para o Real Museu e Jardim Botânico da Ajuda, em Lisboa, que integrou sua publicação póstuma, Flora Fluminensis. Ao final do vice-reinado de Vasconcelos e Sousa, em 1790, acompanhou-o em seu retorno para Portugal, levando uma enorme quantidade de material museológico, pesquisas e estudos. Trabalhou no Real Museu e Jardim da Ajuda e na Academia Real das Ciências de Lisboa e dirigiu a Tipografia do Arco do Cego, entre 1779 e 1801, que publicava obras naturalistas e de divulgação científica. Em 1801 foi nomeado para membro da Junta Administrativa, Econômica e Literária da Impressão Régia, que incorporou a Tipografia do Arco do Cego. Veio para o Brasil como parte da comitiva da família real, em 1807, voltando para o convento de Santo Antônio, onde faleceu. Além da Flora Fluminensis, foi autor também de O fazendeiro do Brasil, obra em 11 volumes voltada para temas da produção agrícola. Morreu no Rio de Janeiro, em 13 de junho de 1811.

 

Bibliografia
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