Nasceu no dia 23 de outubro de 1815, na vila de São Francisco das Chagas da Barra do Rio Grande,  então pertencente à capitania de Pernambuco, atual município de Barra, no estado da Bahia. De família proeminente, descendia do capitão de cavalaria holandês Gaspar van der Ley, que  participou da invasão no Nordeste do Brasil em 1631. Era filho de abastado proprietário de terras capitão-mor João Maurício Wanderley e de Francisca Antônia Wanderley. Realizou seus estudos primários e preparatórios na Bahia, tendo ingressado no Curso Jurídico de Olinda (1833-1837), onde foi contemporâneo de Zacarias de Góis e Vasconcelos. Formado em 1837 voltou à Bahia, onde ocupou diversos cargos públicos como curador geral dos órfãos, juiz municipal e juiz de direito da comarca de Santo Amaro, juiz dos feitos da Fazenda na capital da Bahia (1852). Político conservador, iniciou sua carreira política como de deputado provincial (1840-1841), tendo sido eleito ainda para deputado geral em diferentes legislaturas (1843-1844, 1845-1847, 1848, 1850-1852 e 1853-1855), e senador (1856-1889). Alcançou os mais altos cargos na administração provincial, foi chefe da polícia (1848), tendo auxiliado no combate à Revolução Praieira que atingiu Pernambuco, e presidente da província da Bahia (1852-1855). Integrou a administração imperial, tendo sido ministro e secretário de estado dos Negócios da Marinha (1855-1856 e  1868-1870), da Fazenda (1856–1857 e 1875-1878); dos Estrangeiros (1875-1877 e 1885-1888), Império (1887-1888), e Justiça (1887). Representante dos interesses escravagistas no Senado, foi durante a sua presidência no Conselho de Ministros (1885- 1889) que foi aprovada a Lei dos Sexagenários (1885), também conhecida como Lei Saraiva-Cotegipe, por ter sido apresentada pelo senador conservador José Antônio Saraiva.  Foi enviado extraordinário e ministro plenipotenciário no Prata e Paraguai,  para firmar o tratado de paz (1871-1872), presidente do Banco do Brasil (1888-1889) e administrador geral da Santa Casa de Misericórdia. Recebeu diversas condecorações, como comendador da Ordem da Rosa (1854), dignitário da Ordem do Cruzeiro; comendador da Ordem Portuguesa da Conceição de Vila Viçosa; a Grã-Cruz da Ordem Belga de Leopoldo; a Ordem Espanhola de Isabel, a Católica; e a Ordem da Coroa da Itália. Foi ainda membro do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro. Recebeu o título de barão de Cotegipe em 1860 e teria recusado sua elevação pelo imperador d. Pedro II, após a missão do Prata. Foi sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1886), tendo publicado obras sobre diversos temas, como Revolução da Bahia de 1837 (1837), Melhoramento do Fabrico de Açúcar (1867), Informações sobre o estado da Lavoura (1874) e Apontamentos sobre os Limites do Brasil e a República da Argentina (1882).  Morreu no Rio de Janeiro, em 13 de fevereiro de 1889.

Daniela Hoffbauer

Abr. 2018

Bibliografia

ALONSO, Rafael. Barão de Cotegipe (João Maurício Wanderley). In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012.

NASCIMENTO, Carla Silva. O barão de Cotegipe e a crise do Império. 2012. Dissertação (Mestrado em História das Instituições) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Centro de Ciências Humanas e Sociais, Escola de História, 2012. Disponível em: <https://goo.gl/wgVbVi>. Acesso em: 8 fev. 2018.