Nasceu em Santos, São Paulo, em 1° de novembro de 1773. Oriundo de uma das mais abastadas e ilustres famílias da cidade, era filho de Bonifácio José Ribeiro de Andrada e de Maria Bárbara da Silva e irmão do consagrado José Bonifácio. Iniciou os estudos em São Paulo, sob a orientação do frei Manuel da Ressurreição, e formou-se em Direito e Filosofia pela Universidade de Coimbra, em 1797. Retornou ao Brasil onde iniciou a vida pública como magistrado, tendo ocupado os cargos de juiz de paz, em Santos, de ouvidor, em Olinda e de desembargador, na Relação da Bahia. Em Olinda apoiou a revolução de 1817, tendo sido nomeado conselheiro do governo insurgente. Por sua participação no movimento foi preso na Bahia (1817), tendo sido anistiado somente em 1821. Foi eleito deputado, como representante de São Paulo, para as Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa. Não assinou a Constituição portuguesa de 1822, em virtude da posição assumida pelas Cortes Gerais sobre a unidade luso-brasileira e a igualdade política e econômica entre os dois reinos. Ameaçado de prisão, refugiou-se, ao lado de deputados paulistas e baianos, em Londres, de onde seguiu para o Brasil. Proclamada a independência, participou da Assembleia Constituinte como deputado por São Paulo, sendo o relator da comissão que elaborou o projeto de Constituição ao lado de José Bonifácio de Andrada e Silva, Antônio Luís Pereira da Cunha, Manuel Ferreira da Câmara de Bittencourt e Sá, Pedro de Araújo Lima, José Ricardo da Costa Aguiar de Andrada e Francisco Muniz Tavares. Com a dissolução da constituinte por d. Pedro I, em 12 de novembro de 1823, foi preso e acusado de traição, sendo deportado para a França, junto dos irmãos José Bonifácio e Martim Francisco Ribeiro de Andrada. Exilado na França por seis anos, retornou ao Brasil em 1828. Nesse ano foi eleito deputado geral e, ao final do mandato, voltou à magistratura. Eleito deputado geral (1838-1841), participou do movimento que resultou na antecipação da maioridade de d. Pedro II (1840), tendo sido reeleito para a legislatura 1845-1847. Ocupou o cargo de ministro da Secretaria de Estado dos Negócios do Império, no gabinete de 24 de julho de 1840. Foi sócio efetivo do IHGB (1838), recebeu a grã-cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro. Morreu no Rio de Janeiro, em 5 de dezembro de 1845.

 

Daniela Hoffbauer
Maio 2018

 

Bibliografia

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NEVES, Lúcia B. Pereira. ‘Antônio Carlos de Andrada’. In: VAINFAS, Ronaldo (dir.). Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro. Objetiva. 2002. 

PAIM, Antonio. Antonio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva. Disponível em: https://goo.gl/wssfzV. Acesso em: 25 abr. 2018.

VARELA, Alex Gonçalves. Naturalista e político: a trajetória de vida do ilustrado Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva (1790-1823). Disponível em: https://goo.gl/ij8bxQ. Acesso em: 27 abr. 2018.