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Domenico Agostino Vandelli

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Nasceu em Pádua, Itália, em 1735. Formou-se em Filosofia na Universidade de Pádua, onde seu pai era professor. Em 1764 recebeu convite de Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), o marquês de Pombal, para ensinar disciplinas científicas no Real Colégio dos Nobres, em Lisboa, ao lado de outros professores estrangeiros, sobretudo italianos, como Miguel Antonio Ciera e Giovanni Antonio Dalla Bella. Em Lisboa acompanhou a instalação do Jardim Botânico do Palácio Real da Ajuda, do qual foi diretor. Com o insucesso da experiência do ensino científico no Colégio dos Nobres, a partir de 1772, o grupo se transferiu para Coimbra para organizar a reforma iluminista desta Universidade. Nesta instituição ensinou Química e História Natural, fundou o Laboratório Químico e o Museu de História Natural e colaborou no plano de criação do Jardim Botânico de Coimbra, junto com Dalla Bella. Foi grande impulsionador da criação da Academia Real das Ciências de Lisboa (1779), onde publicou diversos estudos na coleção de Memórias Econômicas, sobre temas como agricultura, indústria e o comércio. Foi nomeado deputado da Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, em 1788. Foi o responsável por todos os departamentos de História Natural, nas Universidades de Coimbra e Ajuda. Fundou em Coimbra uma fábrica de louças, conhecida como louça de Vandelles, obtendo o privilégio exclusivo de sua produção. Coordenou viagens filosóficas ao mundo natural de Portugal e suas colônias, como Angola, Moçambique, Cabo Verde, Índia e o Brasil, nas quais se engajaram naturalistas formados em Coimbra em missão de coleta e pesquisa científica. Foi produzido vasto material como relatos, memórias científicas, biografias, mapas, ilustrações, herbários e correspondências, reunidos e trabalhados com a finalidade de elaborar um inventário rigoroso dos recursos naturais que poderiam ser explorados com fins produtivos e comerciais a partir de diferentes núcleos no Brasil e no exterior. Médico e conselheiro do regente d. João até sua vinda para o Brasil, foi preso e deportado para os Açores em 1810, sob a acusação de simpatizar com os invasores franceses. Obtém autorização para ir à Inglaterra, voltando para Portugal apenas em 1815. Teve entre seus discípulos um brasileiro ilustre, José Bonifácio de Andrada e Silva, grande cientista e figura de destaque no processo de Independência, além de José Álvares Maciel, Manuel Ferreira da Câmara de Bittencourt e Sá, Alexandre Rodrigues Ferreira e Constantino Antônio Botelho de Lacerda Lobo. Morreu em Lisboa, em 27 de junho de 1816, aos 80 anos.


Bibliografia
CARDOSO, J. L. Vandelli – A História Natural ao serviço de uma estratégia económica. Disponível em :<https://goo.gl/tV14t2> . Acesso em: 2 out 2014.

FIGUEIROA, Silvia F. de M.; SILVA, Clarete Paranhos da; PATACA, Ermelinda Moutinho. Aspectos mineralógicos das “Viagens Filosóficas” pelo território brasileiro na transição do século XVIII para o século XIX. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, Dec. 2004. Disponível em: <https://goo.gl/prnDs6> . Acesso em: 10 out. 2014.

FIOLHAIS, Carlos, MARTINS, Carlos. Breve História da Ciência em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra e Lisboa: Gradiva, 2010.

GONÇALVES, Alex Varela. “Juro-lhe pela honra de bom vassalo e bom português”: análise das memórias científicas de José Bonifácio de Andrada e Silva (1780-1819). São Paulo: Annablume, 2006.

PRESTES, Maria Elice B. A investigação da natureza no Brasil-colônia. São Paulo: Annablume/FAPESP, 2000.

VANDELLI, Domingos. Coleção o gabinete de curiosidades de Domenico Vandelli. [Rio de Janeiro]: Dantes, 2008.

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