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José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho

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Nasceu na vila de São Salvador dos Campos dos Goytacazes, Brasil, em 8 de setembro de 1742. Seu pai, Sebastião da Cunha Coutinho Rangel, foi um abastado senhor de engenho, e sua mãe, Isabel Sebastiana Rosa de Moraes, era filha do capitão-mor e governador da comarca de Campos. Mudou-se para o Rio de Janeiro com a família, em 1748, quando iniciou os estudos de retórica, belas-letras, filosofia e teologia. Assumiu a administração das terras da família após a morte de seu pai, em 1768, mas abdicou do direito de primogenitura para seu irmão, Sebastião da Cunha de Azeredo Coutinho. Em 1775 ingressou na Universidade de Coimbra, cujo reitor, o bispo d. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, era seu tio. Na universidade, que passara pela reforma pombalina e recebera novos estatutos (1772), estudou letras, filosofia e direito canônico. Foi ordenado sacerdote (1786), ocupou o cargo de deputado de Santo Ofício da Inquisição (1784-1794) e sagrou-se bispo de Olinda (1794). Chegou a Recife em 1798, onde acumulou os cargos de presidente da Junta Governativa da Capitania de Pernambuco e de diretor-geral dos estudos. Fundou o Seminário de Olinda, que teve seus estatutos aprovados pela coroa portuguesa em 1798, e foi inaugurado apenas em 1800. Inspirado pelas ideias reformistas e pela orientação pragmática das luzes, que remodelaram a Universidade de Coimbra, o seminário constituiu-se como importante centro de difusão do ideário ilustrado na colônia. Seu reformismo ilustrado esteve a serviço da defesa do sistema colonial, que tinha na escravidão, na monocultura de exportação e no exclusivo sua base econômica. Suas obras estiveram comprometidas com tais interesses e, em 1791, publicou o trabalho Memórias econômicas (sobre o preço do açúcar), pela Academia Real das Ciências de Lisboa, tornando-se sócio no ano seguinte. Publicou ainda Ensaio Econômico sobre o comércio de Portugal e suas colônias (1794), Discurso sobre o estado atual das minas do Brasil (1804), Análise sobre a justiça do comércio do resgate dos escravos da Costa da África (1798), e Concordância das Leis de Portugal e das Bulas Pontifícias (1808). Sua atuação à frente do governo da capitania sofreu críticas e oposição, envolvendo-se em conflitos com a própria elite local, atribuídos ao rigor de sua administração e à intransigente defesa da ordem. Destituído em 1802, retornou a Portugal, onde foi nomeado para a Sé de Bragança e Miranda, cargo que não chegou a ocupar. Em 1806 foi nomeado bispo de Elvas, exonerando-se em 1817. Recusou a diocese de Beja para assumir o posto de inquisidor-geral do Reino, em 1818, o último a assumir tal cargo. Com a Revolução Liberal do Porto, em 1820, foi eleito deputado pelo Rio de Janeiro às Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, cargo que não chegou a assumir. Morreu em Lisboa, no dia 12 de setembro de 1821.

 

Bibliografia
ALVES, Gilberto Luiz. Azeredo Coutinho. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. (Coleção Educadores).

CALOU FILHO, José Ivan. “Azeredo Coutinho: um Homem de Estado”. In: COUTINHO, J. J. da Cunha de Azeredo. Concordância das leis de Portugal e das bulas pontifícias das quais umas permitem a escravidão e outras proíbem a escravidão dos índios do Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1988, p. 5-16. (Publicações Históricas, 89)

CANTARINO, Nelson Mendes. A razão e a ordem: O bispo José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho e Defesa Ilustrada do Antigo Regime (1742-1821). 2012. Tese (Doutorado em História). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, São Paulo.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. “Apresentação”. In: COUTINHO, J. J. da Cunha de Azeredo. Obras econômicas de J. J. da Cunha de Azeredo Coutinho. (1794-1804). São Paulo: Nacional, 1966, pp. 13-53. (Roteiro do Brasil, v. 1)

NEVES, G P. “D. Azeredo Coutinho”. In: VAINFAS, R (dir). Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

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