Alfredo Eugênio de Almeida Maia
Nasceu em Cabo Frio, província do Rio de Janeiro, em 12 de outubro de 1856. Era filho do magistrado Domingos de Oliveira Maia, de quem ficou órfão ainda criança, e de Maria José de Almeida Maia. Fez os primeiros estudos nos colégios Kopke, em Petrópolis; São Salvador e São Bento, no Rio de Janeiro. Em 1871, ingressou na Escola Central, que teve sua denominação alterada para Escola Politécnica, em 1874, formando-se em matemáticas, ciências físicas e naturais, em 1876. Concluiu sua formação na Universidade de Gand, na Bélgica, obtendo o diploma de engenheiro civil em 1878. Retornou ao Brasil e tornou-se engenheiro da Estrada de Ferro d. Pedro II, sendo rapidamente nomeado chefe de seção, e em 1885 foi designado mestre geral das oficinas. Ocupou o cargo de chefe de tração, em 1886, e de diretor-geral, em 1890, na Estrada de Ferro do Norte, também chamada de Estrada de Ferro São Paulo-Rio de Janeiro. Com a encampação da estrada de ferro no ano seguinte, e a suspenção do projeto de alargamento da bitola da ferrovia pelo secretário da Agricultura, Comércio e Obras Públicas Henrique Pereira de Lucena, o barão de Lucena, os diretores da companhia foram exonerados em 1891. Em 1892, foi convidado pelo presidente de São Paulo, Cerqueira César, para o cargo de secretário de Agricultura, Comércio e Obras Públicas, período em que o estado enfrentava uma crise ligada à monocultura do café. Em sua gestão, iniciaram-se os trabalhos da Comissão de Saneamento de São Paulo, criada em 1892 e liderada pelo engenheiro João Pereira Ferraz, responsável pelas obras de saneamento na capital e em diversas cidades do interior paulista. Ficou por breve período no cargo, retornando ao Rio de Janeiro em 1892, dedicando-se aos negócios privados de exportação de café. Em 1899, aceitou o convite para a direção da Estrada de Ferro Central do Brasil, substituindo o engenheiro Francisco Pereira Passos. Em 1900, foi convidado pelo então presidente da República, Campos Sales (1898-1902), para ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas. Nessa pasta, atuou na política econômica do governo Campo Sales de arrendamento das estradas de ferro da União que estavam em concessão e foram resgatadas àiniciativa privada, como forma de conter o alto custo desta manutenção pela administração pública num momento em que o país enfrentava grave crise econômica. Em 1902, afastou-se do ministério, em virtude dos embates em torno da Estrada de Ferro Sorocabana, em risco de falência, que apresentava irregularidades administrativas e financeiras, mas cujo presidente era apoiado pelo ministro da fazenda, Joaquim Murtinho. De 1903 a 1907, foi nomeado diretor da Superintendência da Companhia Sorocabana, durante a intervenção federal em decorrência de liquidação da companhia e o arresto de seus bens pela União, tendo organizado sua administração e saneado suas finanças. Em 1907, assumiu a vice-presidência da companhia, por ocasião de seu arrendamento pela Brazilian Railway, consórcio franco-americano dirigido pelo empresário norte-americano Percival Farquhar e pelo banqueiro francês Hector Legru. Foi representante das companhias Rio de Janeiro Tramway Light and Power Co. Ltd e São Paulo Tramway, Light and Power Company, concessionárias de energia elétrica de capital canadense. Foi membro do Clube de Engenharia, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), do Instituto de Engenheiros Civis de Londres e da congregação da Escola Politécnica de São Paulo. Morreu em Montreux, na Suíça, em 20 de março de 1915.
Daniela Hoffbauer
Set. 2022
Bibliografia
DR. Alfredo Maia. O Paiz, Rio de Janeiro, 21 de março de 1915. Coluna “Vida Social”, p. 3. Disponível em: https://bit.ly/3sb5kE6. Acesso em: 20 out. 2022.
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MAIA, Alfredo. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3Kmb86f . Acesso em: 18 ago. 2022.
MINISTÉRIO da Indústria, Viação e Obras Públicas. In: DICIONÁRIO da Administração Pública Brasileira da Primeira República. Disponível em: https://bit.ly/2E6u8Ul. Acesso em: 1 set. 2022.
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WEID, Elisabeth Von Der. A expansão da Rio de Janeiro Tramway Light and Power ou as origens do “Polvo Canadense”. Disponível em: https://bit.ly/3MQ1da1. Acesso em: 20 out. 2022.
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