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João Francisco António José Bento Bernardo, d. João V

Publicado: Sexta, 16 de Dezembro de 2016, 18h19 | Última atualização em Terça, 24 de Julho de 2018, 18h46 | Acessos: 8166

Nasceu em Lisboa, Portugal, em 22 de outubro de 1689. Filho de d. Pedro II e de d. Maria Sofia de Neuborg. Foi o vigésimo quarto rei de Portugal e era chamado de “o Magnânimo”. Com a morte de seu pai, em dezembro de 1706, foi aclamado rei em 1º de janeiro de 1707, assumindo um dos mais longos reinados da história de Portugal. Teve como modelo de realeza absoluta a corte de Luís XIV, seu contemporâneo e, procurando reproduzir o seu fausto, importava da França cabeleiras, essências, indumentária e carruagens. Recebeu educação cuidadosa e teve como mestres os jesuítas. Falava francês, espanhol e italiano, era instruído em ciências e matemática, além de adorar a música. Casou-se com a arquiduquesa d. Maria Ana de Áustria, filha do imperador Leopoldo I, em 9 de julho de 1708. Durante seu reinado desenrolou-se a Guerra de Sucessão da Espanha (1702-1714), que envolveu diversos países europeus, e Portugal a partir de 1704. O fim do conflito com o Tratado de Utrecht (1714), garantiu o reconhecimento de França e Espanha da soberania portuguesa sobre o Brasil, protegendo o comércio ultramarino. Foi um monarca centralizador e em seu reinado jamais reuniu as Cortes Gerais, instituição de caráter consultivo. Pelo alvará de 28 de julho de 1736, reorganizou a administração central portuguesa, estruturou as secretarias de Estado e definiu a jurisdição de cada uma segundo a natureza das matérias sob sua alçada: Negócios do Reino, Marinha e Domínios Ultramarinos, e Negócios Estrangeiros e da Guerra. As minas de ouro e diamantes no Brasil financiaram uma série de reformas empreendidas em seu reinado, como a criação do o Convento de Mafra, principal símbolo de sua época, o Aqueduto das Águas Livres e o Hospital das Caldas da Rainha. Investiu na reorganização da Marinha, criou o Arsenal de Lisboa, a Fábrica de Pólvora de Barcarena, academias militares e a Aula Régia de Fortificação Militar. Deixou sua marca na cultura com a fundação da Real Academia Portuguesa de História, das bibliotecas da Universidade de Coimbra e do Convento de Mafra, de uma aula de cirurgia no Hospital de Todos os Santos, em Lisboa, de um Museu de História Natural, no Palácio Real, e um Observatório Astronômico no Colégio de Santo Antão. Em relação ao Brasil preocupou-se com a garantia da soberania portuguesa e a defesa das fronteiras, estimulou a cultura canavieira, ampliou os quadros administrativos e militares, e estimulou o povoamento com a vinda de agricultores açorianos, especialmente para o Sul. Reorganizou a administração das minas, com a lei de 11 de fevereiro de 1719, que autorizou a criação de novas casas de fundição, fechadas em 1735, e determinou a cobrança do quinto sobre o ouro em pó. Em 1736 criou cinco intendências da Fazenda Real em Vila Rica, Ribeirão, Rio das Mortes, Sabará e Serro do Frio, além de outras quatro na capitania de São Paulo e uma na Bahia, para execução do novo sistema de capitação implementado na colônia. Recebeu, em 1748, o título de fidelíssimo do papa Benedito XIV. A inquisição foi ativa durante seu reinado, fazendo 90 execuções, entre 1704 e 1743, dentre as quais a de Antônio José da Silva, “o judeu”. Morreu em 31 de julho de 1750, em Lisboa, Portugal.


Bibliografia
CAMARGO, Angélica Ricci. Casas de Fundição. In: Dicionário Online da Administração Pública Brasileira do Período Colonial (1500-1822). Disponível em: <https://goo.gl/eEVzYf>. Acesso em: 4 fev. 2015.

____. Intendências do Ouro. In: Dicionário Online da Administração Pública Brasileira do Período Colonial (1500-1822). Disponível em: <https://goo.gl/3qKdKC>. Acesso em: 4 fev. 2015.

HERMANN, Jacqueline “D. João V”. In: VAINFAS, R (dir). Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

SILVA, Maria Beatriz Nizza da. D. João V e a política para a extração de diamantes. Revista do IHGB, Rio de Janeiro, v. 168, n. 434, p. 133-141, jan.-mar. 2007.

ZÚQUETE, Afonso E. Martins. ‘Dom João quinto e sua descendência’. In: Nobreza de Portugal. Lisboa: Editorial Enciclopédia, 1960, volume I.

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