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D. Manuel I

Publicado: Segunda, 13 de Fevereiro de 2017, 14h20 | Última atualização em Terça, 12 de Dezembro de 2017, 19h40 | Acessos: 10483

Nasceu em Alcochete, Portugal, em 31 de maio de 1469. Foi o décimo quarto rei de Portugal e tinha a alcunha de o venturoso. Era o filho caçula do infante d. Fernando, duque de Viseu, e d. Beatriz de Portugal e sobrinho de d. Afonso V. Antes de subir ao trono foi duque de Beja, governador do mestrado da Ordem de Cristo e condestável do reino, títulos herdados com a morte de seu irmão, d. Diogo. Cunhado e primo de d. João III, rei de Portugal, que casara com sua irmã dona Leonor, sucedeu-o ao trono com a morte do único herdeiro, d. Afonso. Foi aclamado rei um ano depois da assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1495, período de forte rivalidade com a Espanha devido às descobertas e a posses no ultramar. Seu reinado consolidou a política expansionista ultramarina iniciada por d. João II. Ao longo do século XV, o poderio da coroa lusa foi expandido para além de Portugal. Reforçam esse cenário a conquista da Ilha da Madeira (1499), o estabelecimento da feitoria real em Antuérpia, Flandres e a chegada de Cabral a Cochim, na Índia (1501). A partir de 1505, foi iniciada a ocupação da Ásia e o estabelecimento de postos comerciais portugueses no leste da África. Em 1510 os portugueses conquistaram Goa e, nos anos seguintes, Malaca, Cantão e Macau. Goa seria transformada em sede da administração portuguesa nas Índias. Internamente, em seu reinado houve o reforço do absolutismo. Unificou pesos e medidas, instaurou padrões de juros e estabeleceu a Casa da Índia e o Regimento do Senado da Câmara. Em 1512 foi editado o primeiro livro das Ordenações Manuelinas, que seriam promulgadas em 1521. Decretou a conversão dos judeus em cristãos-novos em 1496, pressionado pelos reis católicos da Espanha. Casou-se com três princesas espanholas: d. Isabel, d. Maria de Castela e d. Leonor, irmã do imperador Carlos V. No Brasil manteve a política das feitorias, adotada em grande parte dos territórios coloniais portugueses, o que mantinha a conquista sem o implemento de uma colonização efetiva. Em 1502 foram estabelecidas feitorias em Pernambuco, Bahia e Cabo Frio. Em 1501 concedeu permissão para explorar o pau-brasil na costa brasileira a Fernando de Noronha, português e dito cristão-novo, que em 1504 receberia a primeira capitania do Brasil, a ilha de São João, mais tarde batizada com seu nome. A partir de 1504, a costa brasileira passou a ser assediada por franceses, o que teria feito com que a coroa ordenasse o envio de várias expedições para defender as terras descobertas. O interesse maior do rei parece ter se voltado para a África e Ásia. Foi em seu reinado que se iniciou o recuo da coroa portuguesa do norte da África. No entanto, o governo manuelino foi caracterizado como um apogeu. Morreu em Lisboa, em 13 de dezembro de 1521.


Bibliografia

ABREU, C. de. Capítulos de história colonial. Brasília: Senado Federal, 1998. Coleção Biblioteca Básica Brasileira, volume 65.

HERMANN, Jacqueline. D. Sebastião. In: VAINFAS, R (dir). Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

ZÚQUETE, Afonso E. Martins. ‘Dom Manuel primeiro e sua descendência’. In: Nobreza de Portugal. Lisboa: Editorial Enciclopédia, 1960, volume I.

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