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Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo

Publicado: Terça, 22 de Mai de 2018, 12h46 | Última atualização em Segunda, 13 de Fevereiro de 2023, 15h44 | Acessos: 3059

Nasceu em Recife, Pernambuco, em 19 de agosto de 1849. De família ilustre, era filho do jurista e político José Thomás Nabuco de Araújo e de Ana Benigna de Sá Barreto, irmã de Francisco Pais Barreto, marquês do Recife. Seu avô e tio-avô foram senadores, além do pai ter tido igualmente uma carreira política de destaque: foi deputado geral, presidente da Província de São Paulo, ministro da Justiça em diferentes gabinetes, senador do Império, e membro do Conselho de Estado. Sua família mudou-se para o Rio de Janeiro em 1850, quando seu pai assumiu a cadeira de deputado geral. Viveu até os oito anos no Engenho de Massangana, no município de Cabo de Santo Agostinho, aos cuidados de seus padrinhos de batismo, Joaquim Aurélio Pereira de Carvalho e Ana Rosa Falcão de Carvalho. Em 1857, por ocasião do falecimento da madrinha, juntou-se à família no Rio de Janeiro e, em 1859, iniciou os estudos, ao lado do irmão Vítor, no colégio do barão de Tautphoeus, em Nova Friburgo. Transferido para o Colégio de Pedro II, em 1860, bacharelou-se em letras, em 1865, e no ano seguinte ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Estudou com nomes como Afonso Pena, Castro Alves e Ruy Barbosa e desempenhou intensa atividade política, sendo um dos fundadores dos jornais A Independência (1866) e A Tribuna Liberal (1867), cuja linha era crítica ao gabinete de Zacarias Góes de Vasconcelos. Em 1869 mudou-se para Recife, onde terminou seus estudos em Direito, diplomando-se em 1870. Retornou ao Rio de Janeiro, e dedicou-se às atividades literárias e jornalísticas, publicando no jornal liberal A Reforma. Em 1873 partiu em viagem para a Europa, onde fez contatos com intelectuais e políticos. Retornou ao Brasil em 1874, e no ano seguinte fundou com Machado de Assis a revista Época, que teve poucos números. Ingressou na carreira diplomática, sendo nomeado adido de legação, servindo em Washington (1876) e em Londres (1878). Em 1878, voltou ao Rio de Janeiro, após a morte do pai, e se lançou candidato a deputado geral pelo Partido Liberal. Eleito, dedicou-se à campanha abolicionista, defendendo o fim imediato da escravidão sem indenização. A abolição da escravatura foi sua grande bandeira política, tendo se tornado presidente da recém-fundada Sociedade Brasileira contra a Escravidão (1880) e lançou o jornal O Abolicionista, seu veículo de divulgação. Em 1880 viajou para a Europa em campanha pela causa abolicionista, tendo visitado Lisboa, Madri, Paris e Londres, onde foi recebido pela Anti-Slavery Society. Derrotado nas eleições de 1881, mudou-se para Londres, período em que escreveu o livro O Abolicionismo (1884). Colaborou com o Jornal do Comércio e o La Razón, de Montevidéu. Em 1884 retornou ao Brasil, no momento de radicalização da campanha abolicionista, sendo eleito deputado geral por Pernambuco para as legislaturas de 1885, ocasião em que publicou o livro A campanha abolicionista, resultado de seus discursos e conferências. Foi reeleito em 1886 para a legislatura de 1887 e 1888, esta última atropelada pela República. Em 1887 viajou mais uma vez para a Europa em campanha pelo abolicionismo, onde teve audiência particular com o papa Leão XIII. Teve atuação decisiva na luta pela emancipação dos escravos na Câmara, expandindo sua ação para a denúncia da escravidão no exterior. Em 1889 casou-se com Evelina Torres Soares Ribeiro, com quem teve cinco filhos: Maria Carolina, Maurício, Joaquim, Ana Maria e José Thomaz. Partidário da monarquia, afastou-se da vida pública com o advento da República e passou a se dedicar ao jornalismo e a atividades literárias. Escreveu inúmeras obras neste período, em especial a biografia de seu pai, Um estadista do Império (1899), e o seu livro de memórias Minha Formação (1900). Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (1896) e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Em 1899 foi convidado para produzir a defesa do Brasil na questão de limites com a Guiana Inglesa, e no ano seguinte foi nomeado chefe da legação em Londres. Em 1905 foi nomeado embaixador do Brasil nos Estados Unidos, tendo organizado a III Conferência Pan-Americana, realizada no Rio de Janeiro, em 1906. Morreu em Washington, Estados Unidos, em 17 de janeiro de 1910 e seu corpo foi transladado para o Brasil, onde teve cerimônia fúnebre.

 

Daniela Hoffbauer
14 set. 2017

 

Bibliografia

ALONSO, Ângela. Joaquim Nabuco. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. (Perfis brasileiros)

COSTA, Milton C. Joaquim Nabuco: entre a política e a história. São Paulo: Annablume Editora, 2003.

ERMAKOFF, George. Joaquim Nabuco. In: ERMAKOFF, George (Org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro. G. Ermakoff casa editorial. 2012.

GRINBERG, Keila. Joaquim Nabuco. In: VAINFAS, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro. Editora Objetiva, 2002.

MELLO, Evaldo Cabral de. Introdução. In: NABUCO, Joaquim. Essencial Joaquim Nabuco. São Paulo. Penguin classics Companhia das Letras. 2010.

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