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Pedro Manuel de Toledo

Publicado: Quinta, 29 de Dezembro de 2022, 11h11 | Última atualização em Sexta, 25 de Agosto de 2023, 18h15

Nasceu na cidade de São Paulo, em 29 de junho de 1860. De família tradicional de políticos, era filho do capitão do Exército Manuel Joaquim de Toledo e de Ana Barbosa Toledo, neto de Joaquim Floriano de Toledo, coronel da Guarda Nacional, deputado geral e vice-presidente da província de São Paulo em várias ocasiões, e sobrinho de Afonso Celso de Assis Figueiredo, visconde de Ouro Preto, deputado geral, senador, ministro das secretarias de Estado dos Negócios da Marinha e da Fazenda, conselheiro de Estado e presidente do Conselho de Ministros. Era casado com Francisca Gama Cerqueira, filha de Francisco Januário da Gama Cerqueira, secretário de Estado dos Negócios da Justiça no Império. Realizou seus primeiros estudos em São Paulo, cidade onde também iniciou sua formação superior no Curso Jurídico, tendo-a concluído na faculdade do Recife, em 1884. Republicano, contribuiu no jornal A República, editado em São Paulo por Xisto Barbosa e Joaquim Ribeiro. Trabalhou como advogado na cidade de São José do Além Paraíba, atual Além Paraíba, Minas Gerais, onde fundou uma seção do Partido Republicano. Voltou a São Paulo em 1885, quando foi nomeado procurador fiscal da Tesouraria Provincial, e onde exerceu os cargos de delegado e de chefe de polícia interino. Desempenhou a função de comandante superior interino da Guarda Nacional no contexto dos conflitos desencadeados pela Revolta da Armada (1893-1894) e pela Revolução Federalista (1894-1895), auxiliando as tropas legalistas na cidade de Faxina, atual Itapeva, o que o levou a receber a patente de coronel da Guarda Nacional. Foi eleito deputado estadual pelo Partido Republicano Paulista (PRP), em 1895. Integrou a ala liderada por Francisco Glicério, decorrente da cisão do PRP, e foi um dos fundadores do jornal A Nação, que fez oposição ao governo de Prudente de Morais (1894-1898). Distanciou-se da política após o fim do mandato e voltou a atuar na advocacia. Em 1905, foi eleito novamente deputado estadual. Atuou na campanha de Hermes da Fonseca, que enfrentou Rui Barbosa nas eleições para a presidência da República em 1910, discordando da posição defendida pelo seu partido, e aderiu ao Partido Republicano Conservador (PRC), criado para apoiar Fonseca e defender a Constituição de 1891, sob a liderança de José Gomes Pinheiro Machado. Assumiu o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio após a vitória de Hermes da Fonseca. Durante sua gestão, estabeleceu a Inspetoria de Pesca e a Superintendência da Defesa da Borracha, e regulamentou as estações sericícolas, além de dar continuidade às ações empreendidas pelo seu antecessor, Rodolfo Miranda. Acumulou, de forma interina, entre janeiro e fevereiro de 1912, a pasta da Viação e Obras Públicas. Permaneceu no cargo de ministro até novembro de 1913, e, no ano seguinte, foi nomeado enviado extraordinário e ministro plenipotenciário do Brasil na Itália, onde permaneceu até 1917, desempenhando, posteriormente, a mesma função na Espanha (1917-1919) e na Argentina (1919-1925), onde também foi nomeado embaixador, após a legação ser alçada à categoria de embaixada em 1922. Foi dispensado do cargo em 1925, devido ao auxílio prestado aos exilados da chamada Revolução de 1924, ocorrida em São Paulo. Assumiu, a convite do presidente Getúlio Vargas, o cargo de interventor do estado de São Paulo em março de 1932, no novo contexto inaugurado pelos acontecimentos que ficaram conhecidos como Revolução de 1930. O convite foi uma tentativa de minimizar os descontentamentos dos políticos paulistas, que organizaram a Frente Única Paulista (FUP), formada pelo Partido Democrático (PD) e PRP, com o fim de pleitear a reconstitucionalização do país. No seu governo, aproximou-se de membros da FUP, e, após um curto período, reformulou a composição das secretarias, designando, para alguns cargos, figuras ligadas a essa organização. A morte de quatro estudantes em um conflito entre adeptos da FUP, de um lado, e apoiadores do governo provisório de Vargas, de outro, acelerou a crise e a eclosão de um movimento armado, iniciado em 9 de julho, que ficaria conhecido como Revolução Constitucionalista. Permaneceu no governo de São Paulo e assumiu a chefia civil do movimento, após ser convencido pelos líderes revolucionários. Foi deposto, preso e, posteriormente, enviado para o exílio em Portugal após a derrota das forças revolucionárias. Foi um dos fundadores da Academia Paulista de Letras, em 1909. Participou como representante do Brasil no Congresso Internacional de Economia Social, realizado em Buenos Aires, em 1924, onde foram discutidos temas como higiene social, ensino, questões agrárias e operárias. Morreu no Rio de Janeiro, em 29 de julho de 1935.

               Angélica Ricci Camargo
Jun.2022

 

Bibliografia

 

COM O PENSAMENTO voltado para São Paulo, faleceu, no Rio, o governador Pedro de Toledo. Correio Paulistano, São Paulo, ano LXXXII, n. 24.341, p. 1, 30 jul. 1935. Disponível em: https://bit.ly/3tu5esi. Acesso em: 8 jun. 2022.

DEBES, Célio. Aspectos da produção historiográfica de Barreto do Amaral. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, São Paulo, v. XCII, p. 99-112, 1996. Disponível em: https://bit.ly/3tpsOGC. Acesso em: 8 jun. 2022.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.

OLIVEIRA, Percival de. Pedro de Toledo. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, São Paulo, v. LIX, p. 263-275, 1961. Disponível em: https://bit.ly/3zpBAs5. Acesso em: 8 jun. 2022.

RELATÓRIOS do Ministério das Relações Exteriores [1913-1926]. Disponível em: https://bit.ly/39ifwVx. Acesso em: 8 jun. 2022.

TOLEDO, Pedro de. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3zsiD8k. Acesso em: 8 jun. 2022.

TOLEDO, Pedro Manuel de. In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012. p. 1.241.

 

 

 

 

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