Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Início do conteúdo da página

João Tomás de Cantuária

Publicado: Quinta, 26 de Janeiro de 2023, 10h10 | Última atualização em Quinta, 16 de Fevereiro de 2023, 11h25

Nasceu em 24 de setembro de 1835, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Assentou praça voluntariamente em 1854, e foi promovido a alferes-aluno em 1855, mais adiante a segundo-tenente (1857), primeiro-tenente (1860), capitão (1866), major (1875), tenente-coronel (1887), coronel (1890), general de brigada (1892), general de divisão (1895) e marechal (1900). Realizou o curso de artilharia na Escola Militar e obteve o bacharelado em matemática e ciências físicas pela Escola Central, onde também recebeu o título de engenheiro civil em 1862. Durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), participou da expedição para invasão daquele país pelo Mato Grosso e de outros episódios importantes, como a Retirada de Laguna. Foi primeiro-ajudante do diretor do Arsenal de Guerra da Corte e nomeado diretor da Fábrica de Pólvora Estrela (1885), comandante do Corpo de Polícia da Corte (1888), comandante da Escola Militar da Capital Federal (1889), diretor do Arsenal de Guerra da capital federal (1892) e comandante do 6º Distrito Militar (1896), com a missão de garantir a “Paz de Pelotas”, após o fim da Revolução Federalista (1893-1895). Em 1897, foi designado para o comando do 3º Distrito Militar e para o cargo de ajudante-general do Exército, ano em que também respondeu interinamente pelo Ministério da Guerra, durante a viagem do ministro Carlos Machado Bittencourt à Bahia para comandar pessoalmente as tropas do Exército no conflito de Canudos (1896-1897). Foi nomeado para a pasta em 7 de novembro de 1897, pelo presidente Prudente de Morais (1894-1898), em razão do assassinato do ministro, ocorrido em uma cerimônia de recepção às tropas vitoriosas em Canudos. Durante sua gestão, foi aprovada a lei n. 463, de 25 de novembro, que autorizou a reorganização dos estabelecimentos de ensino militar, prevendo a supressão das escolas superiores de Guerra, a Preparatória do Ceará, a de Sargentos da Capital Federal e o curso geral das escolas de Porto Alegre e da Praia Vermelha, além da reunião da Escola Preparatória da Capital com a Escola Prática do Realengo, e da de Porto Alegre com a Escola Prática do Rio Pardo, que receberiam a denominação de escolas preparatórias e de tática. Permaneceu no comando do ministério até a posse do presidente Campos Sales (1898-1902). Foi nomeado ministro do Superior Tribunal Militar em 1898 e designado, no ano seguinte, para o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército, permanecendo na função até 1902. Entre abril e maio de 1890, assumiu novamente, de forma interina, o Ministério da Guerra. Foi reformado em 1905. Recebeu diversos títulos e condecorações durante sua trajetória profissional, dentre eles, comendador da Ordem de Cristo, cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz e cavaleiro da Ordem do Cruzeiro. Morreu no Rio de Janeiro, em 20 de março de 1908.

 

Angélica Ricci Camargo
Jun. 2022

 

Bibliografia

BRASIL. Lei n. 463, de 25 de novembro de 1897. Autoriza a reorganização dos estabelecimentos militares de ensino. Coleção das leis da República dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, v. 1, p. 19, 1898.

CANTUÁRIA, João Tomás de. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3O6DfH0. Acesso em: 9 jun. 2022.

MARECHAL João Thomaz Cantuária. In: MEMÓRIA Justiça Militar da União. Disponível em: https://bit.ly/3xL3EVP. Acesso em: 9 jun. 2022.

 PATRONO. In: COMANDO DA 6ª REGIÃO MILITAR. Região Marechal Cantuária. Disponível em: https://bit.ly/3aIJBOu. Acesso em: 9 jun. 2022.

 PONDÉ, Francisco de Paula e Azevedo. Organização e administração do Ministério do Exército. Brasília: Escola Nacional de Administração Pública; Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1994. (História Administrativa do Brasil, v. 37).

SEM PERTENCER... [necrológio de João Tomás Cantuária]. Revista da Semana, edição semanal ilustrada do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, ano VIII, n. 411, 29 mar. 1906, p. 269-271. Disponível em: https://bit.ly/3Q5Y1bP. Acesso em: 9 jun. 2022.

TEIXEIRA, Múcio. Os gaúchos: estudo do meio físico, do momento histórico, da vida pampiano, do cancioneiro popular e síntese biográfica de rio-grandenses ilustres. Rio de Janeiro: Editores Leite Ribeiro & Maurillo, 1920. Disponível em: https://bit.ly/3xBcvct. Acesso em: 9 jun. 2022.

 

 

.

 

 

 

Fim do conteúdo da página