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Manuel de Araújo Porto Alegre, barão de Santo Ângelo

Publicado: Quinta, 25 de Junho de 2020, 10h02 | Última atualização em Segunda, 20 de Julho de 2020, 12h13

Nasceu em Rio Pardo, Rio Grande do Sul, em 29 de novembro de 1806. Filho de Francisco José de Araújo e Francisca Antônia Viana, mudou-se para Porto Alegre aos 16 anos, onde iniciou seus estudos de pintura e desenho. Em 1827 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Academia Imperial de Belas-Artes. Foi aluno de Grandjean de Montigny e de Jean-Baptiste Debret, a quem acompanhou em seu retorno à França, em 1831. Continuou seus estudos de pintura em Paris, tendo frequentado a École National Superiéure des Beaux-Arts. Com o apoio do governo brasileiro, permaneceu por sete anos na Europa, tendo viajado por Itália, Inglaterra, Holanda e Bélgica. No ano seguinte voltou para o Brasil, quando assumiu o cargo de professor da cadeira de pintura histórica da Academia de Belas-Artes. Foi professor interino do Colégio de Pedro II (1838). Nomeado pintor oficial da Câmara Imperial (1840), executou os trabalhos de decoração dos festejos da coroação de d. Pedro II e de seu casamento com dona Teresa Cristina. Em 1848 transferiu-se para a Escola Militar, onde foi professor de desenho. Ingressou na política, tendo sido suplente na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro (1852-1854). Nomeado por d. Pedro II diretor da Academia Imperial (1854-1857), promoveu uma grande reforma no ensino, a chamada Reforma Pedreira, que procurou conciliar a escola às inovações técnicas do período. Desincompatibilizado do cargo por desavenças, ingressou em 1859 na carreira diplomática, tendo desempenhado cargo de cônsul-geral na Alemanha (1860-1866), em Berlim e Dresden, e em Portugal (1866-1879), em Lisboa. Em 1874, recebeu o título de barão de Santo Ângelo. Desempenhou inúmeras atividades voltadas às artes, tendo sido um representante da ‘geração de 1830’, grupo de intelectuais ligados ao Romantismo. Fundou, com Domingos José Gonçalves de Magalhães e Francisco Sales de Torres Homem, a revista Niterói (1836); foi pintor oficial da família imperial, destacando-se na pintura histórica e na paisagem; foi diretor de obras dos paços imperiais, responsável por diversos projetos arquitetônicos, como o Paço Imperial, o Banco do Brasil e a Escola de Medicina e a Alfândega; colaborador das revistas Minerva Brasiliense (1843-45) e Guanabara (1849); sócio honorário do IHGB (1838); dirigiu o primeiro jornal ilustrado com caricaturas do Império, A Lanterna Mágica (1844); escreveu peças e óperas líricas para o teatro; foi fundador da Imperial Academia de Música e Ópera Nacional; membro de inúmeras sociedades artísticas e literárias, como a Sociedade de Música e da Academia Imperial de Belas Artes. É o patrono da cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em Lisboa, Portugal, em 29 de dezembro de 1879.

 

Daniela Hoffbauer
Jun. 2018

 

 

Bibliografia

CARVALHO, Mariana. Visconde de Mauá. In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro. G. Ermakoff Casa Editorial. 2012.

MANUEL de Araújo Porto-Alegre. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <https://goo.gl/pLku2o>. Acesso em: 6 fev. 2018. Verbete da Enciclopédia.

SEFRIN, André. Barão de Santo Ângelo (Manuel de Araújo Porto Alegre) In: VAINFAS, Ronaldo (direção). Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro. Objetiva. 2002.

 

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