Nasceu em Goiana, província de Pernambuco, em 3 de março de 1852. Era filho do major Manuel Gonçalves de Albuquerque e Silva e Ana Belo Gonçalves de Albuquerque e Silva. Em 1870, assentou praça e ingressou na Escola Militar, formando-se como engenheiro (1874). Em sua carreira militar, foi alferes-aluno (1876), segundo-tenente (1877), primeiro-tenente (1878), capitão (1880), major (1889), tenente-coronel (1890), coronel (1894), general de brigada (1898), general de divisão (1911) e marechal (1914). Atuou, por ocasião da Proclamação da República, à frente de companhia formada por 56 alunos da Escola Superior de Guerra (ESG). Em sua trajetória profissional, assumiu o comando de diversas unidades militares, destacando-se a direção da Escola de Guerra, da Escola Militar do Rio Grande do Sul (1890) e da Escola de Tiro de Rio Pardo. Foi ainda inspetor da 13ª Região Militar, em Mato Grosso; da 11ª Região, constituída pelos estados do Paraná e Santa Catarina (1909-1911), e inspetor especial de guerra, de quartéis e estabelecimentos militares do Rio Grande do Sul (1911); e do 4º Distrito Militar, constituído pelos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (1911). Foi eleito deputado estadual da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, na legislatura 1891-1893, e deputado federal por esse estado nas legislaturas 1894-1896, 1897-1899, 1900-1902, 1903-1905 e 1906-1908. Como engenheiro militar, foi designado diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1893, tendo sido mantido no cargo pelo presidente marechal Floriano Peixoto (1891-1894), que assumiu por ocasião da renúncia de Deodoro da Fonseca, em conjuntura de crise agravada pela Revolta da Armada (1893-1894). À frente da Estrada de Ferro Central do Brasil, verificou-se o prolongamento dessa via férrea pela região central de Minas, que iniciava a construção de sua nova capital, em Belo Horizonte. Em 1912, foi designado pelo presidente da República, marechal Hermes da Fonseca (1910-1914), para solucionar o conflito político das elites locais, decorrente da sucessão da presidência do estado da Bahia, que culminaria com o bombardeio da cidade de Salvador. Naquele ano, foi nomeado ministro da Guerra, em substituição ao general Antônio Adolfo da Fontoura Mena Barreto, notabilizando-se sua gestão pela criação da primeira escola de aviação militar, na antiga fazenda dos Afonsos (1913). O ministro acumulou interinamente a pasta da Marinha, entre 12 de julho e 2 de agosto de 1913. Foi nomeado, em 1914, ministro do Superior Tribunal Militar (STM). Morreu no Rio de Janeiro, em 9 de julho de 1924.

 

Daniela Hoffbauer

Fev. 2024

 

Bibliografia

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Edusp, 2010.

VESPASIANO Gonçalves de Albuquerque e Silva. In: MEMÓRIA Justiça Militar da União. Biografia de Ministros. Biografia. Disponível em: https://shre.ink/8nki. Acesso em: 27 mai. 2024.

PONDÉ, Francisco de Paula e Azevedo. Organização e administração do Ministério de Exército. Brasília: Enap; Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1994. (História Administrativa do Brasil, v. 37).

SALES, Mauro Vicente. A Escola de Aviação Militar (EAM). Revista da Unifa, Rio de Janeiro, v. 32, n. 2, p. 14-24, jul./dez. 2019. Disponível em: https://shre.ink/8nQQ. Acesso em: 27 maio 2024.

SILVA, Vespasiano Gonçalves de Albuquerque e. In: ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário histórico-biográfico da Primeira República (1889-1930). Rio de Janeiro: Editora FGV. Disponível em: https://shre.ink/rkpX.  Acesso: 16 fev. 2024.