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Caderno Mapa n.9- A Secretaria de Estado do Negócios da Fazenda e o Tesouro Nacional

Estado dos Negócios do Brasil, visto que era o secretário desta pasta quem ocupava o cargo de

presidente do Erário. Com a criação do cargo de secretário de Estado dos Negócios da Fazenda, em

1821, este passou a exercer também a presidência do Erário.

Com as reformas de 1831, optamos por separar o Tesouro Nacional do Tribunal do Tesouro

Nacional, possuindo uma planilha própria cada um. Mantivemos então o conceito de que o Tesouro

Nacional representa o conjunto de repartições submetidas ao ministro da Fazenda e presidente do

Erário, enquanto o Tribunal representa uma unidade colegiada que, ao longo do tempo, apresentará

diferentes atribuições, servindo tanto como órgão consultivo quanto administrativo, além de atuar em

questões contenciosas, sendo o sucessor parcial do Conselho de Fazenda. Essa diferenças de

atribuições podem ser vistas no campo 'Competência' das duas planilhas.

Nos organogramas, observamos que entre 1831 e 1850 as diferentes repartições são classificadas

pela lei como anexas ao Tribunal do Tesouro. Daí, é possível observar que os órgãos deste período

possuem como superior o inspetor-geral, que era membro do Tribunal e que exercia a função executiva

em relação às diferentes repartições. Com a reforma de 1850, há uma nova estruturação e é extinto o

cargo de inspetor-geral, passando os diretores das repartições a integrar o Tribunal do Tesouro. Com

isso, optamos por subordinar essas repartições diretamente ao secretário de Estado, que era o

presidente do Tribunal.

Esta reforma de 1850 também trouxe um novo elemento que necessita de esclarecimento, pois é a

partir daí que a Secretaria do Tesouro Nacional passa a ser nomeada na legislação como Secretaria de

Estado dos Negócios da Fazenda. Deste modo, é importante frisar que a planilha assim nomeada

refere-se à repartição responsável pelo despacho do secretário de Estado, e não à Secretaria de Estado

como órgão superior. A leitura de suas competências é essencial para identificar essa questão.

No geral, as planilhas buscam sempre registrar a dinâmica administrativa das diferentes repartições,

com o objetivo de identificar as continuidades existentes entre os órgãos. Com isso, busca-se identificar

onde e como as atribuições eram distribuídas e como, ao longo do tempo, elas foram organizadas e

reorganizadas. Daí, se um determinado órgão deixa de existir em uma reforma administrativa, mas um

outro é criado com as mesmas atribuições, consideramos ambos como uma única unidade, registrados

em apenas uma planilha, com a alteração de nome. Em outra circunstância, caso uma reforma

administrativa extinga um órgão e divida suas atribuições entre duas novas unidades, consideramos o

órgão anterior como extinto e criamos duas novas planilhas para os novos órgãos. Nesses casos, a

continuidade dessa relação pode ser identificada através do espaço reservado a “sucessor” e

“antecessor” presente nas planilhas sempre que tal fato ocorra.

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