Nasceu em Salvador, província da Bahia, em 10 de dezembro de 1845. Era filho de Manuel José Alves e Carlota Maria Barbosa. Ingressou na carreira militar como aspirante a guarda-marinha (1862), tendo ocupado os postos de guarda-marinha (1864), segundo-tenente (1867), primeiro-tenente (1868), capitão-tenente (1882), capitão de fragata (1890), capitão de mar e guerra (1891) e contra-almirante (1892). Participou da Guerra do Paraguai (1864-1870), tendo lutado em importantes batalhas navais, como as do Riachuelo, Curuzu e Curupaiti. Após a guerra, foi secretário da 2ª Divisão Naval até seguir para a Europa a fim de estudar máquinas a vapor. Em seu regresso, dirigiu as oficinas dos arsenais de Marinha da Bahia e do Rio de Janeiro, sendo incorporado ao Corpo de Engenheiros Navais, quando de sua criação, em 1890. No ano seguinte integrou comissão enviada aos Estados Unidos com a finalidade de estudar melhoramentos industriais para a marinha de guerra. Em 1896, assumiu a Inspetoria Geral do Corpo de Engenheiros Navais, desligando-se no mesmo ano para ocupar o cargo de ministro da Marinha, nomeado pelo presidente interino da República Manuel Vitorino Pereira. Foi mantido na função após o retorno do presidente Prudente de Morais, que se afastara temporariamente por motivos de saúde. Em sua gestão no Ministério da Marinha apresentou plano para reforma da administração naval, destacando-se pela organização do Arquivo da Contadoria da Marinha e do Quartel do Corpo de Infantaria da Marinha, na Ilha das Cobras, a reconstrução do Quartel do Corpo de Marinheiros, em Villegagnon, e a construção da nova escola de aprendizes marinheiros do Rio de Janeiro e da Capitania do Porto das Alagoas, além da incorporação à esquadra do encouraçado Deodoro, o cruzador-torpedeiro Tamoio e o cruzador Tamandaré. Ao deixar a pasta da Marinha reassumiu a chefia do Corpo de Engenheiros Navais. Em 1900, foi eleito deputado federal, sendo reeleito para a legislatura 1903-1905, e participado da Comissão de Marinha e Guerra. Em 1907, foi nomeado para dirigir e fiscalizar a construção de novos encouraçados para a esquadra da Marinha, passando um período na França. Recebeu o título de cavaleiro das ordens de Cristo, da Rosa, do Cruzeiro e de São Bento de Aviz. Foi tio de José Joaquim Seabra, advogado baiano com atuação destacada na política, deputado federal em diferentes legislaturas, presidente do estado da Bahia, senador e ministro das pastas da Justiça e Negócios Interiores (1902-1906) e da Viação e Obras Públicas (1910-1912), e interino das Relações Exteriores (1902). Escreveu o Relatório descritivo da cidade de Corumbá e o Plano de reforma da administração naval. Morreu em Paris, em 13 de junho de 1907.
Daniela Hoffbauer
out. 24
Bibliografia
BARBOSA, Manuel Alves. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://shre.ink/ghC2. Acesso em: 16 out 2024.
CAMINHA, Herick Marques. Organização e administração do Ministério da Marinha na República. Brasília: Fundação Centro de Formação do Servidor Público; Rio de Janeiro: Serviço de Documentação-Geral da Marinha, 1989. (História Administrativa do Brasil, v. 36).
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Edusp, 2010
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O CONTRA-ALMIRANTE Manoel José Alves Barbosa ex-ministro da Marinha: 1896-1898. Rio de Janeiro: Tipografia do Jornal do Comércio, 1898. Disponível em: https://shre.ink/gneT. Acesso em: 19 dez. 2024.