Nasceu em Bragança, Portugal, em 20 de dezembro de 1778. Filho de Luiz Bernardo Vergueiro e Clara Maria Borges de Campos, realizou seu secundário no Real Colégio das Artes e cursou direito na Universidade de Coimbra. Formou-se em 1801, vindo para o Brasil dois anos depois, tendo se estabelecido em São Paulo. Atuou como advogado e ocupou cargos na magistratura, como promotor de resíduos (1806) e juiz ordinário e de sesmarias (1811). A partir de 1814, dedicou-se à exploração agrícola no interior de São Paulo, inicialmente em sociedade com o sogro, o capitão José de Andrade e Vasconcellos, até fundar a empresa Vergueiro & Souza (1816), na região de Piracicaba, com o rico comerciante Luís Antônio de Souza Macedo e Queirós. Com a morte do sócio, desfez a companhia e passou a administrar duas fazendas, Ibicaba e Angélica, onde se dedicou à exportação de açúcar e café. Ingressou na carreira política como vereador da Câmara Municipal de São Paulo (1813) e foi escolhido deputado para as Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa (1822). Proclamada a Independência, foi eleito deputado geral para a Assembleia Constituinte – dissolvida por d. Pedro I em 1823 –, deputado geral pela província de São Paulo (1826-1828), deputado provincial e presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (1835-1837) e senador, pela província de Minas Gerais (1828-1859). Assumiu cargos na administração provincial paulista, tendo sido membro do governo provisório (1821) e do Conselho do Governo (1826-1829 e 1830-1833), e vice-presidente da província (1835-1836). Na administração imperial integrou a Regência Trina Provisória, que assumiu o governo após a abdicação de d. Pedro I (1831), ocupou as secretarias de Estado dos Negócios do Império (1832-1833), da Fazenda (1832) e da Justiça (1847-1848). Integrante do Conselho de Estado, foi ainda diretor da Faculdade de Direito de São Paulo (1837-1842). Liberal, sua trajetória política foi marcada pela defesa do federalismo e da introdução do trabalho livre, tendo participado da chamada Revolução Liberal de São Paulo (1842), ao lado de Diogo Feijó, chegando a ser preso como um dos líderes do movimento. Introduziu, em sua fazenda Ibiacaba, em Limeira, a colonização com trabalhadores livres pelo sistema de parceria (1840), que seria adotado por outros proprietários de terras. Em 1857 os imigrantes da fazenda Ibiacaba se revoltaram, liderados pelo suíço Thomas Davatz, que denunciava as contradições do sistema, que seria paulatinamente abandonado. Recebeu os títulos da Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro (1841) e de Gentil Homem da Casa Imperial (1846), tendo sido sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1838). Foi autor de Memória histórica sobre a fundação da fábrica de ferro de São João de Ipanema na província de São Paulo. Morreu no Rio de Janeiro, em 17 de setembro de 1859.
Daniela Hoffbauer
Nov. 2017
Bibliografia
ALONSO, Rafael. Nicolau Pereira de Campos Vergueiro. In: Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro. G. Ermakoff Casa Editorial, 2012.
COSTA, Emília Viotti. Da Monarquia à República: Momentos decisivos. Editorial Grijaldo, 1977.
FARIA, Sheila de Castro. Nicolau Pereira de Campos Vergueiro. In: VAINFAS, R. (dir.). Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
MENDES, Felipe Landim Ribeiro. Ibicaba revisitada outra vez: espaço, escravidão e trabalho livre no oeste paulista. An. mus. paul., São Paulo, v. 25, n. 1, p. 301-357, Apr. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/WkaFou>. Acesso em: 23 ago. 2018.