Nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro de 1843. De pais franceses, era filho de Zepherin Ferrez e Alexandrine Caroline Chevalier. Seu pai e seu tio, que também se chamava Marc Ferrez, eram escultores e gravadores que vieram para o Brasil em 1817, como integrantes da chamada Missão Artística Francesa, que chegara em 1816. Ficou órfão dos pais aos sete anos, em 1851, acometidos de uma doença desconhecida. Enviado para a França para estudar, morou com a família do escultor e gravador de medalhas Joseph Eugene Dubois, amigo de seu pai. Regressou ao Brasil aos 16 anos, em 1859, e trabalhou na Casa Leuzinger, ateliê fotográfico de propriedade de George Leuzinger. Aprendeu técnicas de fotografia com o engenheiro e botânico alemão Franz Keller, que assumiu a direção do ateliê fotográfico, em 1860. Em 1867, montou a empresa Marc Ferrez & Cia., ateliê fotográfico destruído em um incêndio, em 1874. Foi convidado a realizar o registro fotográfico dos trabalhos da Comissão Geológica do Império do Brasil (1875-1878), expedição científica chefiada pelo geólogo canadense Charles Frederick Hartt, cujas imagens foram publicadas no Álbum da Comissão Geológica do Império do Brasil. Em 1878, abriu um novo ateliê, e em 1890 associou-se a Henri Gustave Lombaets, encadernador da Academia Imperial de Belas Artes, na Lombaets, Marc Ferrez & Cia., que durou apenas dois anos. De 1877 até o final da década de 1880, registrou as obras de melhoramento do abastecimento de água no Rio de Janeiro, que resultaria no álbum Obras do novo abastecimento de água. Em 1903, foi contratado pela Comissão Construtora da Avenida Central para fotografar a construção da avenida, que teria como resultado o livro Avenida Central: 8 de março de 1903-15 de novembro de 1906. Ao longo dos anos de 1880, registrou obras de construção e expansão de ferrovias, como Minas and Rio Railway-Brazil (1881-1884), Estrada de Ferro Príncipe Grão-Pará (1882), Estrada de Ferro do Paraná (1880-1884), Estrada de Ferro do Corcovado (1884), Estrada de Ferro d. Thereza Christina (1884) e Great Southern Railway (1889). Em 1907, fundou o cinema Pathé, em sociedade com Arnaldo Gomes de Sousa, e a firma Marc Ferrez & Filhos, para administrar os negócios de cinema. Recebeu o título de fotógrafo da Marinha Imperial e da Comissão Geográfica e Geológica do Império, em 1880. Em março de 1885, foi agraciado, pelo imperador d. Pedro II, com o título de cavaleiro da Ordem da Rosa. Manteve-se em atividade até 1914, quando se aposentou e viajou para a França, tendo retornado ao Brasil somente em 1922. Morreu no Rio de Janeiro, em 12 de janeiro de 1923.
Daniela Hoffbauer
Maio 2021
Bibliografia
CERON, Ileana Pradilla. Marc Ferrez: uma cronologia da vida e da obra. São Paulo: Instituto Moreira Sales, 2019.
FERREZ, Marc. In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012. p. 481-482.
MARC FERREZ. Instituto Moreira Sales. Disponível em: https://bit.ly/3nxCo8c. Acesso em: 14 set. 2021.
OLIVEIRA, Eduardo Romero. Vistas fotográficas das ferrovias: a produção de registros de obra pública no Brasil do século XIX. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 25, n. 3, p.695-723, jul./set. 2018.