Nasceu em Rio Pardo, hoje Ramiz Galvão, Rio Grande do Sul, em 16 de junho de 1846. De origem modesta, era filho de João Galvão e de d. Maria Joana Ramiz Galvão. Com a morte do pai, mudou-se para o Rio de Janeiro com a mãe em 1852. Iniciou seus estudos na escola pública de Custódio Mafra, tendo sido transferido para o Externato da Sociedade Amante da Instrução, onde concluiu o ensino primário. Estudou, como aluno gratuito, no Externato do Colégio Pedro II, quando conheceu o imperador d. Pedro II (1855-1861). Por não possuir a idade mínima de 16 anos, somente dois anos depois ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1863-1868). Já formado, foi contratado como cirurgião do Exército (1869), tendo servido nos hospitais militares da Armação e do Andaraí. Foi também visitador sanitário no porto do Rio de Janeiro durante a epidemia de febre amarela, em 1870. Foi professor substituto nas cadeiras de grego, retórica, poética e literatura nacional do Colégio Pedro II (1869-1870). Nomeado pelo imperador diretor da Biblioteca Nacional, em 1870, permaneceu no cargo por 12 anos, onde empreendeu uma série de reformas: introduziu a iluminação a gás, ampliou o horário de atendimento ao público, elaborou novos estatutos, promoveu o primeiro concurso para funcionário, adquiriu novos livros e manuscritos, criou o periódico Anais da Biblioteca Nacional e realizou duas grandes exposições, a ‘Camoneana’ e ‘História do Brasil’. Em 1882 deixou a direção da Biblioteca Nacional para ser preceptor dos filhos da princesa Isabel e do conde D´Eu, até a Proclamação da República, quando a família real teve de abandonar o país. Ocupou ainda diversos cargos, como professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1871-1882), inspetor-geral da Instrução Primária e Secundária da Capital Federal (1890), vice-reitor do Conselho de Instrução Superior (1891) e diretor-geral de Instrução Pública do Rio de Janeiro (1893), diretor do Asilo Gonçalves de Araújo (1899), diretor-geral da Instrução Pública Municipal (1912) e reitor da Universidade do Brasil (1921-1925). Foi sócio de várias instituições científicas e culturais, como o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, a Academia Nacional de Medicina e a Academia Brasileira de Letras, da qual foi presidente em 1934, e bibliotecário-mor honorário do Gabinete Português de Leitura. Recebeu os títulos da Imperial Ordem da Rosa, da legião de honra da França, das ordens de Cristo e Santiago e de Leopoldo II da Bélgica. Publicou diversos livros, como O púlpito no Brasil (1867), Biografia do frei Camilo de Monserrate (1887), Catálogo do Gabinete Português de Leitura (1906), Vocabulário etimológico, ortográfico e prosódico das palavras portuguesas derivadas da língua grega (1909), artigos no Jornal do Comércio e traduziu do francês para o português os livros Estados Unidos do Brasil: geografia, etnografia, estatística (1900), de Élisée Reclus, e A retirada de Laguna (1919), tradução da edição francesa do livro de visconde de Taunay. Por decreto do governo imperial de 18 de junho de 1888 recebeu o título de barão de Ramiz. Morreu no dia 9 de março de 1938.

 

Daniela Hoffbauer

Jun. 2018

 

Bibliografia

CALDEIRA, Ana Paula Sampaio. O bibliotecário perfeito: o historiador Ramiz Galvão na Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: FGV, 2015. Programa de Pós-Graduação em História Política e Bens Culturais (PPHPBC) do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea e do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2015.

CARRIS, Luciene. Barão de Ramiz (Benjamin Franklin Ramiz Galvão). In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro. G. Ermakoff casa editorial. 2012.

IHGB. Benjamin Franklin de Ramiz Galvão. Disponível em: <https://goo.gl/9JFYn4>. Acesso em: 24 maio 2018.