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Antônio Pacheco Leão

Publicado: Quinta, 29 de Junho de 2023, 10h10 | Última atualização em Sexta, 08 de Setembro de 2023, 19h16 | Acessos: 780

Nasceu no Rio de Janeiro, então capital do império, em 11 de abril de 1872. Era filho de Rosalina Leonissa Pacheco, primogênita de Manuel Pacheco da Silva, barão de Pacheco, e do professor de estatística, história e geografia Teófilo das Neves Leão, que exerceu o cargo de secretário da Instrução Pública. Estudou no Ginásio Nacional, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, concluindo o curso de ciências médico-cirúrgicas em 1897. Durante o curso de medicina, atuou como professor em colégios particulares, onde lecionou as disciplinas de história natural, matemática, francês e literatura. Combateu no batalhão Acadêmico contra os insurgentes da Revolta da Armada (1893-1894), rebelião de altos oficiais da Marinha contra o governo de Floriano Peixoto (1891-1894). Em 1904, foi nomeado inspetor do Serviço de Profilaxia da Febre Amarela por Oswaldo Cruz, encarregado da Diretoria-Geral de Saúde Pública (DGSP), pelo presidente Rodrigues Alves (1902-1906), cuja gestão foi voltada para a reforma urbana e o saneamento da cidade do Rio de Janeiro. Atuou ao lado de Oswaldo Cruz em importantes campanhas sanitárias, como o combate à peste bubônica, malária e beribéri. Em 1912, a convite da Superintendência de Defesa da Borracha, integrou a comissão constituída, sob a coordenação do Instituto Oswaldo Cruz, para estudar e propor medidas para o saneamento da região da bacia amazônica, ao lado dos médicos Carlos Chagas e João Pedroso. A missão científica percorreu os rios Solimões, Tarauacá, Purus, Iaco, Negro e Branco, o que deu origem ao Relatório sobre as condições médico-sanitárias do vale do Amazonas, cuja versão final, entregue em 1913, foi assinada por Oswaldo Cruz. Em 1912, tornou-se professor substituto da cadeira de história natural e parasitologia, sendo efetivado em 1925. Em 1915, assumiu a direção do Jardim Botânico, cargo em que permaneceu até 1931. Sua gestão foi marcada pelo incentivo à pesquisa científica, voltando-se especialmente à diversificação da produção nacional e à superação do domínio econômico da monocultura, ao intercâmbio com instituições estrangeiras e à contratação de pesquisadores, como Adolpho Ducke, João Geraldo Kuhlmann e Alexandre Curt Brade, os quais se juntaram a Alberto Löfgren, que chegara em 1913. Em sua gestão, incentivou a realização de expedições científicas para coleta e identificação de novas espécies; elaborou um inventário científico da flora nacional; expandiu o herbário e arboreto, aumentando a coleção de espécies; incrementou a permuta de publicações e de material botânico com estabelecimentos congêneres; criou o periódico científico Arquivos do Jardim Botânico, em 1915, com a finalidade de divulgar as pesquisas botânicas realizadas na instituição; e dedicou-se à constituição de uma reserva florestal, que se tornaria a Estação Biológica de Itatiaia. Morreu no ano seguinte, em 21 de junho de 1931. Foi membro da Sociedade Nacional de Agricultura, cuja diretoria integrou em 1910, como terceiro vice-presidente, e membro honorário da Academia Nacional de Medicina.

 

Daniela Hoffbauer
Abr. 2023

Bibliografia

CASAZZA, Ingrid F. Um jardim para a ciência: o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (1915-1931). Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 101-117, jan./jun. 2012. Disponível em: https://bit.ly/3DfREOb. Acesso em: 17 jan. 2023.

CASAZZA, Ingrid F. Paulo Campos Porto e a criação do Parque Nacional de Itatiaia: ciência e proteção do patrimônio natural brasileiro. Parque Nacional de Itatiaia, Boletim n. 29. ISSN-1677-6569. Disponível em: https://bit.ly/3AdyLcK. Acesso em: 19 abr. 2023.

IMPERIAL Colégio de Pedro II. In: DICIONÁRIO da Administração Pública Brasileira do Período Imperial (1822-1889). Disponível em: https://bit.ly/2ku4vqV. Acesso em: 17 jan. 2023.

LEÃO, Antônio Pacheco. In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012. p. 684-685.

NEIVA, Arthur. Esboço histórico sobre a botânica e zoologia no Brasil. De Gabriel Soares de Souza, 1587, a 7 de setembro de 1922. São Paulo: Sociedade Impressora Paulista, 1929. Disponível em: https://bit.ly/3GV4F0M. Acesso em: 18 jan. 2023.

OSWALDO Gonçalves Cruz. In: DICIONÁRIO da Administração Pública Brasileira da Primeira República (1889-1930). Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3QvJfeQ. Acesso em: 13 jan. 2023.

VITAL, André Vasques. Carlos Chagas na “guerra dos rios”: a passagem da comissão do Instituto Oswaldo Cruz pelo rio Iaco (Alto Purus, território federal do Acre, 1913). História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 51-68, jan./mar. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3URcQ4w. Acesso em: 18 abr. 2023.

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