Nasceu na cidade de Iguaçu, na província do Rio de Janeiro, em 18 de junho de 1847. Era filho de Carlos Antônio de Carvalho e de Maria Luísa de Azevedo Carvalho. Em 1864, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde concluiu o curso de ciências jurídicas em 1868 e, no ano seguinte, defendeu tese e recebeu o grau de doutor. Em 1870, participou de concurso para lente substituto da mesma faculdade, ao lado de Américo Brasiliense e de José Joaquim de Almeida Reis, obtendo o terceiro lugar. Foi nomeado lente substituto por decreto de 4 de janeiro de 1871. Em 1873, ao lado de representantes da elite cafeeira paulista, fundou a Sociedade Propagadora da Instrução Popular, transformada, em 1882, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, com o objetivo de educar e formar mão de obra especializada. Filiado ao Partido Liberal, foi eleito deputado-geral para a legislatura 1878-1880. Em 1878, foi nomeado para a Secretaria de Estado dos Negócios do Império. À frente da pasta, aprovou a reforma do regulamento do Imperial Colégio Pedro II e criou, nas escolas públicas de instrução primária do município da Corte, um curso noturno de ensino elementar para adultos do sexo masculino. Seu mais importante projeto seria a reforma da instrução pública primária e secundária na Corte e do ensino superior no Império, que ficaria conhecida como Reforma Leôncio de Carvalho, pelo decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879. O debate em torno da ampla reforma educacional, que instituiu a liberdade de ensino e de frequência, considerada excessivamente liberal em uma conjuntura de crise política e econômica do Império, deu origem aos pareceres de Rui Barbosa intitulados Reforma do Ensino Secundário e Superior (1882) e Reforma do Ensino Primário e várias Instituições Complementares da Instrução Pública (1883). Em 1879, deixou a pasta do Império e assumiu o lugar de deputado geral. Em 1881, foi nomeado lente catedrático de direito constitucional, em 1885, bibliotecário da Faculdade de Direito e, em 1890, seu diretor. Em 1891, elegeu-se senador estadual e participou do Congresso Constituinte que elaborou a primeira Constituição de São Paulo. Em 1895, foi designado para a cadeira de direito público da Faculdade de Direito de São Paulo, jubilando-se em 1901. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde lecionou na Faculdade Livre de Direito. Foi um dos fundadores do Instituto dos Advogados de São Paulo, em 1874, ao lado de nomes como Joaquim Inácio Ramalho, o barão de Ramalho, Américo Brasiliense de Almeida Melo, João Mendes de Almeida e João Teodoro Xavier de Matos. Em 1874, comprou o jornal Correio Paulistano, tonando-se seu diretor e adotando uma linha reformista que o tornaria órgão de divulgação do Partido Republicano Paulista (PRP). Ao longo de sua trajetória, produziu as seguintes obras: Teses e dissertação para obter o grau de doutor, (1869), Teses e dissertação para o concurso a uma cadeira vaga (1870), Memória histórica do ano de 1874 (1875); Reforma eleitoral. Naturalização dos estrangeiros (1880), Primeira exposição pedagógica no Rio de Janeiro (1884) e Atas e pareceres do congresso de instrução pública do Rio de Janeiro (1884). Morreu no Rio de Janeiro, em 9 de fevereiro de 1912.
Daniela Hoffbauer
jun.2025
Bibliografia
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