Nasceu em Ponte de Lima, Portugal, em 14 de maio de 1754. Iniciou sua educação no Porto, ingressou no curso de filosofia da Universidade de Coimbra, mas retornou ao Porto, onde se dedicou a matemática e história. Sua trajetória na diplomacia teve início em 1789, na Corte de Haia, onde foi embaixador extraordinário e ministro plenipotenciário. Em 1797 negociou e assinou o Tratado de Paz e Amizade entre a França e os aliados Inglaterra e Portugal, que não foi ratificado pelo regente d. João em virtude da oposição de d. Rodrigo de Sousa Coutinho, ministro da Marinha e simpatizante dos ingleses. Transferido em 1801 para a corte de São Petersburgo, retornou a Portugal em 1804 para ocupar a pasta de Negócios Estrangeiros e da Guerra, sendo nomeado, em 1806, para a Secretaria de Estado dos Negócios do Reino. Acompanhou a família real ao Brasil, tendo sido destituído do cargo de ministro e secretário de Estado e mantido na função de conselheiro de Estado, que exercia desde 1807. Em 1814 retornou à política, sendo designado para a pasta dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos. Como ministro de Estado, defendeu a maior independência de Portugal em relação à política e aos interesses ingleses e mostrou-se favorável a uma aproximação com a França. Trouxe para o Brasil uma preciosa coleção de livros da área de mineralogia, recolhido posteriormente à Biblioteca Nacional, e um conjunto de instrumentos de análise química para uso em seu laboratório particular. Em 1819 seu laboratório foi incorporado pelo Estado, dando origem ao Laboratório de Química. Incentivou a propagação do cultivo de diversas plantas, como o chá no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Responsável pelo estabelecimento da Impressão Régia e pela fundação da Sociedade Auxiliadora da Indústria e Mecânica, transformada, em 1831, na Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, foi entusiasta da vinda dos artistas franceses para o Brasil. Intercedeu junto a d. João VI para a elevação do Brasil à condição de Reino Unido junto a Portugal e Algarves, em 1815. Ocupou as pastas de Negócios Estrangeiros e da Guerra (1816-1817) e, após a morte de Fernando José de Portugal e Castro, marquês de Aguiar, assumiu todas as pastas do governo, por pouco tempo. Pertenceu à Academia Real das Ciências de Lisboa e obteve os títulos da grã-cruz das ordens de Cristo, da Torre e Espada, de Isabel a Católica, de Espanha e da Legião de Honra de França. O título de conde da Barca lhe foi concedido em 17 de dezembro de 1815 pelo príncipe regente. Morreu no Rio de Janeiro em 21 de julho de 1817, tendo sido sepultado na Igreja de São Francisco de Paula.


Bibliografia
BIBLIOTECA NACIONAL. Anais da Biblioteca Nacional (1876-1877), Rio de Janeiro, v. 2, fascículo n. 1, p. 5-20, 1877.

BOURBON; MENEZES, Afonso A. F. Cotta de; SEQUEIRA, Gustavo de Matos. Antônio de Araújo e Azevedo (conde da Barca), 1754-1817. In: ______. Figuras históricas de Portugal. Porto: Lello, 1933.

LIMA, Manuel de Oliveira. Dom João VI no Brasil, 1808-1821. Rio de Janeiro: Tipografia do Jornal do Comércio, 1908. 2

MALERBA, Jurandir. A corte no exílio: civilização e poder no Brasil às vésperas da Independência (1808 a 1821). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

ZÚQUETE, Afonso Eduardo Martins. Nobreza de Portugal: bibliografia, biografia, filatelia, genealogia, heráldica, história, nobiliarquia, numismática. Lisboa: Enciclopédia, 1960-1961.