Nasceu em Piracicaba, São Paulo, em 16 de junho de 1866. De família tradicional na política paulista, era filho de Maria Inês de Morais Barros e de Manuel de Morais Barros. Seu pai participou da famosa Convenção de Itu (1873), a primeira convenção de caráter republicano no país, foi deputado constituinte em 1891, deputado federal (1891-1895) e senador (1895-1902). Seu tio Prudente José de Morais Barros, irmão de seu pai, foi vereador (1865-1868), deputado provincial (1868-1869), deputado geral (1878-1879 e 1884-1885), membro da junta governativa de São Paulo (1889), governador (1889-1890), senador (1891-1894) e presidente da República (1894-1898). Iniciou seus estudos em Piracicaba, frequentando os colégios Mamede, Rangel Pestana e Morton. Em 1882 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Faculdade de Medicina, tendo concluído o curso em 1888. No ano seguinte retornou para Piracicaba, onde instalou consultório, e Integrou o corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia local. Foi ainda inspetor sanitário, cargo no qual se destacou por sua atuação no combate à epidemia de peste bubônica e na vacinação contra a varíola. Com a Proclamação da República participou, ao lado de Luiz de Queiroz e Paulo Pint, do governo provisório municipal. Em 1891, foi nomeado intendente municipal de Piracicaba por José Alves de Cerqueira César, presidente interino do estado de São Paulo (1891-1892). Líder do Partido Republicano Paulista (PRP) em sua região, se elegeu por essa legenda vereador em Piracicaba (1892 e 1896), tendo sido presidente da Câmara Municipal em várias legislaturas, além de deputado federal (1909-1911). A seguir, assumiu o cargo de secretário de Agricultura do estado de São Paulo no governo de Francisco de Paula Rodrigues Alves (1912-1915). Em 1924, dedicou-se a estudos sobre a produção do algodão no Egito, pelo Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio motivo pelo qual representou o governo brasileiro em eventos internacionais diversos, como os congressos Algodoeiro, em Viena, e do Frio, em Londres, e a Convenção de Emigração e Imigração, em Roma. Foi um dos fundadores do Partido Democrático (PD) em 1926, uma dissidência do PRP, pelo qual elegeu-se deputado federal (1927-1929). Integrou ainda a direção do Partido Democrático Nacional (PDN), fundado no Rio de Janeiro no ano seguinte. Esse partido apoiou a Aliança Liberal, coligação política que lançou o candidato Getúlio Vargas à presidência da República, em oposição a Júlio Prestes de Albuquerque. Com a derrota de Vargas e a eclosão da chamada Revolução de 1930, que depôs o presidente em exercício Washington Luís (1926-1930), foi nomeado pela junta governativa para as pastas da Viação e Obras Públicas (out./nov) e da Agricultura, Indústria e Comércio (out./nov). Com o rompimento do PD com Getúlio Vargas, colocou-se na oposição ao governo. Foi secretário estadual da Fazenda de São Paulo, no governo do interventor Pedro de Toledo. Participou ativamente da Revolução Constitucionalista de 1932 (9 jul./2 out.), movimento em que diversos setores de São Paulo se levantaram contra a centralização do governo federal e defenderam um nova Constituição. Com a derrota paulista, exilou-se em Paris, retornou ao Brasil em 1934 e elegeu-se no ano seguinte senador, pela legenda do recém-fundado Partido Constitucionalista de São Paulo. Após o golpe de 1937 foi preso, depois de discursar contra Getúlio Vargas no Senado. Foi um importante produtor de café e administrador das empresas da família, tendo dirigido a Morais Barros e Irmãos, a Cia. Cafeeira do Rio Feio e a Tecelagem Paraíba. A fazenda Pau d’Alho, de propriedade de sua família, foi a primeira na região de Piracicaba a receber imigrantes japoneses, em 1918. Morreu em São Paulo, em 15 de dezembro de 1940

Daniela Hoffbauer

Ago. 2020

 

 

Bibliografia

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MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, VIAÇÃO e OBRAS PÚBLICAS (1889-1930). In: DICIONÁRIO da Administração Pública Brasileira da Primeira República (1889-1930), 2015. Disponível em: https://bit.ly/2FHk7BW. Acesso em: 7 jul. 2020.