Dando continuidade ao projeto Estado, Administração Pública e Reforma Administrativa: O Governo de Getúlio Vargas (1930-1934), concluído em 2018, nesta etapa buscamos acompanhar as transformações ocorridas no Poder Executivo Federal, ao nível de seus ministérios e órgãos subordinados, entre 1934 e 1945.

Esses anos correspondem às fases do Governo Constitucional, inaugurada após a promulgação da Constituição de 1934, e do Estado Novo, período mais autoritário do governo Vargas, que se estendeu de novembro 1937 a outubro de 1945.

A instituição de uma racionalidade administrativa, visando à superação do patrimonialismo e à introdução de princípios como o da impessoalidade, a hierarquia e o sistema de mérito, foi uma das tônicas do período, dando origem ao Conselho Federal do Serviço Público Civil e ao Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). No âmbito destas transformações, também ocorreu o estabelecimento de estruturas destinadas à racionalização dos serviços em todos os ministérios, caso das comissões de eficiência, bem como uma gradual padronização dos órgãos dedicados às atividades-meio, observada na instalação de serviços de material, de pessoal, entre outros, que foram absorvidos pelos departamentos de administração a partir do final da década de 1930.

Em termos de inovações, vale lembrar a instalação do Ministério da Aeronáutica e a expansão da própria estrutura da Presidência da República, formada, em grande parte, por órgãos de deliberação coletiva, voltados para a discussão de questões consideradas estratégicas para o desenvolvimento do país, caso do Conselho Nacional de Comércio Exterior, Conselho Nacional do Petróleo e Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica.

Essa ampliação administrativa foi acompanhada da configuração de um sistema descentralizado, incrementando a chamada administração indireta. Data dessa época a criação de várias autarquias, como, por exemplo, o

Instituto do Açúcar e do Álcool, o Instituto Nacional do Mate, a Administração do Porto do Rio de Janeiro, o Instituto Nacional de Estatística/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Serviço de Navegação da Bacia do Prata, e de sociedades de economia mista, como a Caixa de Crédito Cooperativo e o Banco de Crédito da Borracha. Como resultado deste projeto serão disponibilizados, na Base de dados MAPA, novos registros, reconstituindo a trajetória administrativa de órgãos e entidades vigentes no período, completando as informações produzidas nos projetos anteriores: Poder e administração: a corte de d. João VI no Brasil (1808-1822), Continuidades ou rupturas? A administração pública brasileira e a consolidação do Estado independente (1822-1840), A estrutura administrativa e a consolidação do Estado nacional (1840-1891) e Em tempos oligárquicos: Estado e administração pública federal na Primeira República.