Nasceu em 17 de outubro de 1856, na vila de Santana de Macacu, atual município de Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro. Era filho de Deometildes Josefa de Queirós Vieira e Emídio Antônio Lopes Vieira, chefe político no município de Friburgo. Foi aluno interno do Colégio Pedro II, onde concluiu os estudos em 1874. Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, formando-se em ciências jurídicas e sociais em 1879. Exerceu a advocacia em Santana do Japuíba, no estado do Rio de Janeiro, tendo sido nomeado juiz municipal e de órfãos do termo de Santana de Macacu pelo governo imperial, em 1885. Transferiu-se para o município de Rio Bonito, onde exerceu o cargo de juiz a partir de 1887. Ligado ao Partido Conservador, liderado na província do Rio de Janeiro pelo conselheiro Paulino José Soares de Souza, o visconde do Uruguai, com o advento da República passou a integrar o Partido Republicano Fluminense (PRF). Em 1890, candidatou-se a deputado estadual constituinte, em oposição ao então presidente da província, Francisco Portela, nomeado pelo presidente marechal Deodoro da Fonseca. Com a renúncia de Francisco Portela à presidência do estado, em virtude do golpe de 3 de novembro e do afastamento de Deodoro da Fonseca da presidência, a Assembleia estadual seria dissolvida e convocadas novas eleições. Em 1892, foi eleito deputado para a nova Constituinte estadual, reelegendo-se para a legislatura ordinária convocada após a promulgação da Constituição, em dia 9 de abril de 1892. Renunciou ao mandato em 1894, ao ser nomeado chefe de Polícia pelo governador do estado, José Tomás da Porciúncula (1892-1894), e confirmado pelo sucessor, Joaquim Maurício de Abreu (1894-1897). Em 1897, foi nomeado chefe de polícia do Distrito Federal pelo presidente da República, Prudente de Morais (1894-1898). Reassumiu sua atividade de advogado, tendo mantido escritório na cidade do Rio de Janeiro, e atuação política do Partido Republicano Fluminense. Foi indicado pelo presidente do estado, Alfredo Augusto Guimarães Backer (1906-1910), candidato a sua sucessão, em oposição a Francisco Chaves de Oliveira Botelho, apoiado por Nilo Peçanha, vice-presidente da República. Em eleição marcada por intensa disputa política, para sucessão estadual e presidencial, houve aclamação de vitória dos dois candidatos e a divisão da Assembleia Legislativa, o que levaria a questão ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, por fim, à intervenção federal no Rio de Janeiro, com vitória conferida a Oliveira Botelho. Em julho de 1913, foi mais uma vez nomeado chefe de polícia do Distrito Federal, pelo presidente Hermes da Fonseca (1910-1914), e, em novembro, ministro da Agricultura, Indústria e Comércio (1913-1914). Foi vereador da cidade de Petrópolis (1919-1921). Morreu em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 18 de março de 1921.

 

Daniela Hoffbauer
Maio 2020

 

Bibliografia

BACKER, Alfredo. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/36PaVoe. Acesso em: 25 maio 2020.

EDWIGES de Queiroz oitenta anos depois. In: INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS. Disponível em: https://bit.ly/2MlWK0E. Acesso em: 25 maio 2020. 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.

VIEIRA, Manuel Edwiges de Queirós. In: DICIONÁRIO histórico-biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3gA6RN1. Acesso em: 8 maio 2020.