Nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de setembro de 1865, filho de Manuel Antônio Gomes e Joaquina Freitas Gomes Pereira. Iniciou seus estudos no Colégio Felipe Nery, ingressando posteriormente no Colégio Naval (1876-1878). Matriculou-se na Escola Naval e concluiu o curso em 1881, aos 16 anos. Em sua carreira militar, foi aspirante a guarda-marinha (1879), guarda-marinha (1881), segundo-tenente (1883), primeiro-tenente (1890), capitão-tenente (1894), capitão de fragata (1904), capitão de mar e guerra (1911), contra-almirante (1912) e vice-almirante (1918). Comandou o brigue Recife, o cruzador-torpedeiro Tamoio, construído na Alemanha, o couraçado Riachuelo, em que conduziu o presidente Campos Sales em viagem à Argentina, e os encouraçados Deodoro, São Paulo e Minas Gerais, além do navio-escola Benjamin Constant. Foi chefe de gabinete do ministro da Marinha, Júlio Cesar de Noronha. Fez viagem de circunavegação do globo, no comando da corveta Bela Fragata, a terceira realizada pela Marinha brasileira. Em sua trajetória militar, exerceu os cargos de adido naval em Londres (1908-1910), subchefe do Estado-Maior da Armada (1911), comandante da Defesa Móvel do Porto do Rio de Janeiro, inspetor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (1913), superintendente de Navegação (1914), diretor da Escola Naval de Guerra, cargo que exerceu em duas ocasiões (1914, 1916), e comandante da Divisão de Encouraçados (1915). À frente do quartel central do Corpo de Marinheiros Nacionais, na Ilha de Villegagnon, sob seu comando, combateu os amotinados da Revolta da Armada (1910). Integrou, como delegado naval, a embaixada especial que representou o Brasil na comemoração do primeiro centenário da independência da República Argentina (1910). Foi nomeado ministro da Marinha (1918-1919), pelo vice-presidente Delfim Moreira (1918-1919), que ocupou a presidência em virtude do falecimento do presidente eleito Rodrigues Alves. Em sua gestão, realizou importantes mudanças na organização da pasta: aboliu as divisões navais do Norte, Centro e Sul, substituídas pela 1ª e 2ª divisões navais; extinguiu a Junta de Justiça Militar, junto à Divisão Naval em Operações de Guerra; reabriu o porto do Rio de Janeiro, em virtude do fim da Primeira Guerra Mundial; aboliu o serviço de praticagem do porto; deu novos regulamentos ao Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro e à Diretoria de Armamento; criou agências da Capitania dos Portos e os serviços de pesca no Brasil nos estados. Com a posse do presidente Epitácio Pessoa, foi exonerado do ministério e nomeado chefe do Estado-Maior da Armada. Em maio de 1920, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar. Ocupou seis vezes o cargo de presidente do Clube Naval, foi membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e membro da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Faleceu no Rio de Janeiro, em 18 de julho de 1926.
Daniela Hoffbauer
Jan. 25
Bibliografia
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