Nasceu em Barbacena, província de Minas Gerais, em 11 de janeiro de 1867. Era filho de José Máximo de Magalhães e Porfíria Heliodora Marques de Magalhães. Fez seus primeiros estudos em Barbacena, no Colégio Providência, e o curso preparatório no Colégio Paixão, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Concluiu o curso de Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887, especializando-se em clínica cirúrgica, em Paris. Após a Proclamação da República e a promulgação da Constituição de 1891, foi eleito deputado para o Congresso Constituinte do estado de Minas Gerais, instalado em 7 de abril de 1891. Nesse ano, ingressou no serviço diplomático como primeiro-secretário em Viena, por indicação do presidente Floriano Peixoto (1891-1894). Participou da Missão Especial em Washington (1893), que tratou do litígio com a Argentina na chamada Questão de Palmas, chefiada pelo barão do Rio Branco e arbitrada por Grover Cleveland, presidente dos EUA (1893-1895). Atuou no México, onde presidiu o Congresso Internacional de Americanistas (ICA), em 1895, em Paris, e como enviado extraordinário e ministro plenipotenciário em São Petersburgo, na Rússia, e Berna, na Suíça, em 1898. Foi convidado pelo presidente da República Campos Sales (1898-1902) para chefiar o Ministério das Relações Exteriores, ocupando a pasta durante todo o mandato presidencial. Atuou no estreitamento de laços entre os governos brasileiro e argentino, promovendo a troca de visitas dos presidentes Campos Sales e Júlio Roca. Em sua gestão, ocorreram as negociações do conflito territorial com a Inglaterra, na região de fronteira entre o Brasil e a Guiana Inglesa, conhecido como Questão do Rio Pirara, cuja solução se daria apenas em 1904, atendida a reivindicação britânica de cessão do território. Em 1900, o Brasil venceu a disputa com a França sobre a delimitação da fronteira com a Guiana Francesa, a chamada Questão do Amapá, defendida pelo barão do Rio Branco e arbitrada pelo Conselho Federal Suíço, em 1900. Em 1899, à frente da pasta, o Ministério das Relações Exteriores ocupou o Palácio Itamaraty, que funcionara como sede do Poder Executivo federal, transferida para o Palácio do Catete. Em 1903, deixou o cargo de ministro e assumiu posto em Berna, Suíça. Foi o representante brasileiro à Conferência Interaliada em Paris (1917) e à Conferência de Paz de Versalhes (1918), chefiada por Epitácio Pessoa. Foi eleito deputado federal por Minas Gerais para as legislaturas 1921-1923 e 1924-1926. Morreu no Rio de Janeiro, em 24 de maio de 1948.
Daniela Hoffbauer
fev. 2025
Bibliografia
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