Nasceu na cidade de Montevidéu, no Uruguai, em 19 de fevereiro de 1869. Era filho do diplomata Joaquim Antônio de Oliveira Botelho, que servia naquele país na ocasião de seu nascimento, e de Basília Augusta Chaves de Oliveira Botelho. Órfão muito jovem, teve seus estudos custeados por um tio. Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, concluindo o curso em 1890. Formado, transferiu-se para São Paulo, exercendo a medicina nas cidades de São José do Barreiro e Areias. Fixou residência na cidade de Resende, no estado do Rio de Janeiro, onde iniciou carreira política como vereador eleito e presidente da Câmara Municipal. Em 1901 foi eleito deputado estadual na legenda do Partido Republicano do Rio de Janeiro (PRRJ) e reeleito na legislatura seguinte deputado estadual e sucessivamente vice-governador do estado do Rio, ao lado de José Caetano Alves de Oliveira e Francisco Marcondes Machado, na chapa que elegeu Nilo Peçanha presidente do estado (1903-1906). Em 1904, foi presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), mas renunciou ao cargo ao ser eleito deputado federal na legislatura 1905-1906. Reeleito, renunciou ao cargo para assumir a presidência do estado do Rio de Janeiro, em virtude do afastamento de Nilo Peçanha, eleito vice-presidente da República na chapa liderada por Afonso Pena (1906-1909). Em 1907 foi mais uma vez primeiro vice-presidente do estado, ao lado de José Caetano Alves de Oliveira e Francisco Marcondes Machado do governo de Alfredo Backer (1906-1910), sendo reeleito deputado federal para as legislaturas 1907-1909 e 1909-1911. Foi candidato à presidência do estado do Rio de Janeiro, concorrendo com Manuel Edwiges Queirós, apoiados respectivamente por Nilo Peçanha e Alfredo Backer, que romperam e daria origem a uma crise política que ficaria conhecida como ‘caso fluminense’, com a instalação de duas assembleias legislativas. Foi empossado em 1910, sob intervenção do governo federal, tendo o presidente da República Hermes da Fonseca  reconhecido sua vitória eleitoral por meio do decreto 8.499, de 3 de janeiro de 1911. Apoiou a aliança política entre Hermes da Fonseca e Pinheiro Machado, que fundara o Partido Republicano Conservador, ao qual o Partido Republicano Fluminense se integraria, dando origem ao Partido Republicano Conservador Fluminense. Apoiou a candidatura do então vice-presidente Venceslau Brás para a presidência da República (1914-1918) e de Feliciano Sodré, prefeito de Niterói, ao governo do estado. Rompeu politicamente com Nilo Peçanha, que discordara da indicação e lançou seu nome para a eleição fluminense, voltando a usar a sigla do PRF, o que promoveu uma nova  crise política. Mais uma vez, foi necessário que o governo federal garantisse a posse do vencedor da eleição à presidência do estado do Rio de Janeiro, Nilo Peçanha, reconhecida pelo presidente da República Venceslau Brás (1914-1918). Foi eleito deputado federal para as legislaturas 1924-1926 e 1927-1929. Em 1924 integrou a executiva do PRF, que aglutinava a oposição  ao grupo político de Nilo Peçanha. Em 1927, foi nomeado pelo presidente da República Washington Luís (1926-1930), para o Ministério da Fazenda, sendo afastado com a deposição de Washington Luís pela Revolução de 1930, que impediu a posse da chapa vencedora das eleições, Júlio Prestes-Vital Soares, e deu início ao governo de Getúlio Vargas. Em 1934, volta a atuar na reconstrução do PRF, sendo eleito para a nova comissão executiva, sendo extinto pelo golpe de Estado que deu início ao  período conhecido como Estado Novo (1937-1945). Morreu na cidade de Resende, no estado do Rio de Janeiro, em 3 de junho de 1943.

Daniela Hoffbauer
mai. 2025

 

Bibliografia

ADORNO, S. Os aprendizes do poder. O bacharelismo liberal na política brasileira. São Paulo: edusp. 2ª edição, 2021.

BOTELHO, Oliveira. In: ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário histórico-biográfico da primeira república (1889-1930). Rio de Janeiro: Editora FGV. Disponível em: https://shre.ink/eAX3. Acesso: 8 mai. 2025. 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Edusp, 2010.

Almanak Laemmert: Administrativo, Mercantil e Industrial (Rio de Janeiro) - 1891 a 1940, Ano 1907, Edição 64, p. 2292.

PARTIDO REPUBLICANO FLUMINENSE (PRF). In: ABREU, Alzira Alves de. Dicionário histórico-biográfico da Primeira República (1889-1930). Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015. Disponível em: https://shre.ink/x9VT. Acesso em: 25  mai. 2025.