Nasceu em 8 de setembro de 1765, em São João del Rei, Minas Gerais. De família tradicional, que prestara importantes serviços à Coroa portuguesa, era filho de Nicolau Antônio Nogueira e de Anna Joaquina de Almeida e Gama. Iniciou seus estudos no Brasil, até ingressar na Universidade de Coimbra, onde se graduou em filosofia natural (1789) e matemática (1880). Em Portugal, foi lente substituto de matemática da Academia Real de Marinha, nomeado por decreto de 16 de novembro de 1791. Em 1801, iniciou carreira na administração colonial, tendo exercido os cargos de ajudante do intendente-geral das minas e metais do reino, deputado e escrivão da Junta da Fazenda da capitania de Minas Gerais. Profundo conhecedor da administração, integrou a geração de estudantes ilustrados de Coimbra que empreenderiam um programa de reformas e modernização do Estado português, a chamada Geração de 1790. Foi escrivão do Erário Régio no Rio de Janeiro (1809-1821) e conselheiro do Conselho de Fazenda (1821).  Integrou o Conselho de Procuradores-Gerais das Províncias do Brasil (1822-1823), criado pelo príncipe regente d. Pedro, após o regresso de d. João VI para Portugal. Foi secretário de Estado dos Negócios da Fazenda em diversas ocasiões (1823, 1826-1827 e 1831). Teve ainda uma carreira política, tendo sido deputado geral pelo Rio de Janeiro na Assembleia Constituinte de 1823, senador pela província de Minas Gerais (1826-1847), e presidente do Senado (1838). Em 1823 integrou o Conselho de Estado, encarregado de elaborar a Constituição outorgada em 1824, após a dissolução da Assembleia Constituinte. Casou-se em 1809 com Francisca Monica Carneiro da Costa e Gama, filha do importante comerciante português Brás Carneiro Leão e de Anna Francisca Maciel da Costa, baronesa de São Salvador de Campos dos Goytacazes. Seus filhos tiveram destaque na administração imperial: Brás Carneiro Nogueira da Costa e Gama, segundo conde de Baependi, Manuel Jacinto Carneiro da Costa e Gama, barão de Juparanã e Francisco Nicolau Carneiro Nogueira da Costa e Gama, barão Santa Mônica. Recebeu os títulos de visconde (1825) e marquês (1826) de Baependi. Foi agraciado ainda com a Grã-cruz da Ordem da Rosa, dignitário da Ordem do Cruzeiro, e comendador da Ordem de São Bento de Avis. Morreu no Rio de Janeiro, em 15 de fevereiro de 1847.

Daniela Hoffbauer
Maio 2018

 

Bibliografia

ALVES, D. S. A fazenda imperial: a trajetória política de Manoel Jacinto Nogueira da Gama. In: II Encontro dos Pós-Graduandos da Sociedade brasileira de Estudos do Oitocentos, 2018, Juiz de Fora – MG. Anais eletrônico... Juiz de Fora: Sociedade Brasileira de Estudos do Oitocentos, 2018. Disponível em: https://goo.gl/2SLs5M. Acesso em: 7 maio 2018.

MANUEL JACINTO NOGUEIRA DA GAMA (Marquês de Baependi). In: ERMAKOFF, George (Org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro: G.Ermakoff Casa Editorial. 2012.

HARDEN, Alessandra Ramos de Oliveira. Manoel Jacinto Nogueira da Gama: ciência e tradução no final do século XVIII. Tradução em Revista, 2010/1, p. 1-19. Disponível em: https://bit.ly/2StOQYB. Acesso em 3 maio 2018.