Nasceu na fazenda Brejo de Santo André, município de Grão-Mogol, no estado de Minas Gerais, 14 de setembro de 1862. Filho de Francisco José de Sá Filho, rico fazendeiro e criador de gados, e Augustina Machado dos Santos Sá, sua família era proeminente na economia e política da região norte mineira. Seu avô materno era Josefino Vieira Machado, barão de Guaicuí, republicano e abolicionista, e um importante negociador de diamantes que ampliou seus negócios, voltando-se para o ramo da navegação fluvial no Rio das Velhas, além de investir em lavouras de café, algodão, cana-de-açúcar e na instalação de serrarias para a exploração de áreas florestais. Fez seus primeiros estudos no Seminário Episcopal de Diamantina. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou o curso de engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, tendo concluído na Escola de Minas de Ouro Preto, em 1884. Formado, assumiu o cargo de secretário do presidente de província do Ceará, o mineiro Carlos Honório Benedito Otoni, nomeado por carta imperial de 24 de maio de 1884. No ano seguinte foi nomeado engenheiro fiscal da Estrada de Ferro Baturité, a primeira ferrovia do Ceará, que ligava a província a Pernambuco. Casou-se com Olga Acióli, filha do comendador Antônio Pinto Nogueira Acióli, importante figura política da província do Ceará, e um dos dirigentes do Partido Liberal, vice-presidente do estado de 1892 a 1896, e presidente 1896-1900 e 1908 a 1912, quando foi deposto. Foi deputado provincial por Minas Gerais em 1888-1889, deputado geral pelo Ceará em 1889, reeleito para as legislaturas 1897-1899, 1900-1902, 1903-1905, e senador em 1906-1909, 1912-1915, 1922-1926 e 1927-1930. Esteve à frente da exploração de depósitos de salitre em Minas Gerais, o vale do Rio das Velhas, e Bahia, e foi engenheiro fiscal da Estrada de Ferro Mogiana. No governo do estado de Minas Gerais foi inspetor de terras e colonização, na gestão de Afonso Augusto Moreira Pena (1892-1894), e secretário da Agricultura, Comércio e Obras Pública, no governo de Crispim Jacques Bias Fortes (1894-1898), tendo renunciado para assumir mandato de deputado federal. Foi nomeado ministro da de Viação e Obras Públicas (1909-1910) na presidência de Nilo Procópio Peçanha (1909-1910), que assumira após a morte de Afonso Pena (1906-1909). À frente do ministério destacou-se pela criação da Inspetoria de Obras Contra a Seca (1909), que passou a coordenar as ações destinadas a prevenir e atenuar os efeitos da seca, antes distribuídas dispersamente dentro do ministério, que seria responsável pela construção de açudes, poços, canais de irrigação e barragens. Ainda em sua gestão foi criada a primeira Comissão Federal de Saneamento da Baixada Fluminense (1909), além de implementar a expansão da malha ferroviária nacional, com a Rede Sul Mineira (1910); a Rede de Viação Cearense (1909), criada para administrar as empresas Estrada de Ferro de Baturité e Estrada de Ferro de Sobral; e Viação Férrea Federal da Bahia (1909). Já senador, foi convidado para reassumir o Ministério da Viação e Obras Públicas na presidência do mineiro Artur da Silva Bernardes, estando a pasta envolvida na polêmica em torno do contrato da Itabira Iron Ore Company, companhia britânica de exploração de minério de ferro e seu representante no Brasil, o empresário norte-americano Percival Farquhar. Teve suspenso seu mandato e afastou-se da política em 1930, com o golpe militar liderado por Getúlio Vargas, que depôs o presidente Washington Luís e fechou a Câmara dos Deputados e o Senado, restaurados apenas em 1934. Morreu no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1936.
Daniela Hoffbauer
Mar. de 2020.
Bibliografia
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SÁ, Francisco. In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012.