Nasceu na cidade de Valença, Província da Bahia, em 5 de novembro de 1815. Oriundo de uma família tradicional, era filho de Antônio Bernardo de Vasconcelos e de Benedita de Assunção Menezes e Vasconcelos. Perdeu o pai aos 10 anos, tendo sido encaminhado por seu irmão mais velho, João Antônio, ao padre Antônio Félix para o estudo de latim. Estudou na Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Olinda (1833-1837), tendo obtido o grau de bacharel em Direito. Em 1840 prestou concurso para professor nessa mesma instituição, no qual foi aprovado com méritos. Ingressou no Partido Conservador pelas mãos de Francisco Gonçalves Martins, o futuro visconde de São Lourenço, seu padrinho político. Em 1843 elegeu-se deputado para a Assembleia Legislativa na Bahia, o que deu início a sua carreira política. Foi presidente das Províncias do Piauí (1845-1847), de Sergipe (1847-1849) e do Paraná (1853-1855). A partir da década de 1850, ganhou projeção no cenário nacional ao eleger-se para a Câmara dos Deputados. Foi eleito deputado geral pela Província da Bahia na legislatura 1850-1852 e 1853-1856, pela Província do Paraná no período 1861-1864 e senador de 1864 a 1877. Foi ainda secretário de Estado dos Negócios da Marinha (1852-1853), dos Negócios do Império (1862), da Justiça (1864) e da Fazenda (1866-1868). Em 1861 desligou-se do Partido Conservador, tendo se engajado na formação da chamada Liga Progressista, aliança formada na Câmara dos Deputados entre conservadores moderados e liberais, e sua transformação em partido político (1864). A Liga Progressista esteve à frente do governo de 1862 a 1868, período em que assumiu a presidência do Conselho de Ministros em três ocasiões (1862, 1864 e 1866). Discordava das atribuições do Poder Moderador, tendo publicado anonimamente em 1860 – e republicado em 1862 – a obra Da natureza e limites do Poder Moderador, o que gerou séria divergência política com d. Pedro II e seus apoiadores. Em 1868 foi substituído na presidência do Conselho de Ministros pelo conservador Joaquim José Rodrigues Torres, visconde de Itaboraí, em meio a uma crise política cujo mote foi o conflito do gabinete liberal com duque de Caxias, então à frente das forças brasileiras no Paraguai. Fundou, ao lado de Joaquim Nabuco de Araújo, o Centro Liberal, do qual seria presidente (1868), que deu origem ao novo Partido Liberal (1869). Foi advogado de defesa, ao lado de Cândido Mendes de Almeida, do bispo de Olinda, d. Vital Maria Gonçalves de Oliveira, no julgamento da Questão Religiosa no Supremo Tribunal de Justiça, em 1874. Foi provedor da Santa Casa da Misericórdia, e recebeu os títulos de comendador da Ordem da Rosa e da grã-cruz da Ordem de São Gregório Magno de Roma. Morreu no Rio de Janeiro em 28 de dezembro de 1877.
Daniela Hoffbauer
4 set. 2017
Bibliografia
ALONSO, Rafael. Zacarias de Góis e Vasconcelos. In: ERMAKOFF, George (org). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro. G. Ermakoff casa editorial. 2012.
GUIMARÃES, Lúcia Maria Paschoal. Zacarias de Góis e Vasconcelos. In: VAINFAS, Ronaldo (dir). Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro. Editora Objetiva. 2002.
OLIVEIRA, Cecilia H. de Salles. (organização e introdução). Zacarias de Góis e Vasconcelos. São Paulo. Editora 34. 2002. (Coleção Formadores do Brasil).