Nasceu em Itajaí, Santa Catarina, no dia 8 de novembro de 1863. Filho dos imigrantes alemães Pedro Muller e Ana Maria Michels Muller, sua família teve atuação destacada na política brasileira. Seu irmão, Eugênio Luís Muller, foi deputado estadual (1907-1910), vice-governador (1910-1914) e deputado federal pelo estado de Santa Catarina (1891-1893). Filipe Schmidt, seu primo, foi deputado federal pelo mesmo estado (1891-1893), governador por duas vezes (1898-1902, 1914-1918) e senador nos mandatos 1903-1914 e 1918-1926. Iniciou seus estudos em Itajaí e Blumenau (SC) e, mais tarde, mudou-se para a capital da província do Rio de Janeiro, Niterói, ingressando no Liceu de Humanidades. Ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha, formando-se engenheiro em 1888. Em 1889, foi transferido para a escola Superior de Guerra (ESG) também localizada no Rio de Janeiro. Foi nomeado pelo marechal Deodoro da Fonseca governador do estado de Santa Catarina (1889-1890) e, posteriormente, eleito em 1891 para o mesmo cargo, renunciando ao final daquele ano. Foi eleito novamente governador em 1902. Foi um dos militares eleitos para a Assembleia Nacional Constituinte e para as seguintes legislaturas do Congresso Nacional: 1890-1891, 1891-1893, 1894-1896 e 1897-1899. Foi eleito senador por Santa Catarina (1900-1902, 1907-1911, 1917-1920 e 1921-1926). Renunciou ao governo do estado de Santa Catarina para assumir o Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas (1902-1906), onde incrementou a rede ferroviária do país e presidiu a comissão responsável pelas obras de remodelação do porto do Rio de Janeiro, ocorrida no governo de Rodrigues Alves (1902-1906), tendo à frente o engenheiro Pereira Passos, então prefeito da cidade. Foi designado ministro das Relações Exteriores (1912-1914 e 1914-1917) pelo presidente Hermes da Fonseca, após a morte de José Maria da Silva Paranhos, o barão do Rio Branco. À frente do Itamaraty continuou a política americanista, sendo o idealizador da ‘aliança especial’ com os Estados Unidos. Renunciou ao cargo em maio de 1917, pois sua ascendência alemã o deixara numa situação difícil após o rompimento pelo governo brasileiro das relações com o Império Alemão em abril daquele ano. Militar de formação, foi aluno de Benjamin Constant, tendo sido influenciado tanto pela doutrina positivista quanto pelo ideal republicano. Apoiou o governo federal nos episódios da Revolução Federalista (1893-1895) e na Revolta da Armada (1893-1894). Em 1914, foi promovido a general de brigada. Foi eleito para ocupar a vaga do barão do Rio Branco (Cadeira 34) na Academia Brasileira de Letras (1912). Recebeu o título de Doutor Honoris Causa em leis pela Universidade de Harvard (1913). Publicou os discursos Os ideais republicanos e Liga da Defesa Nacional entre outros. Morreu no Rio de Janeiro em 30 de julho de 1926.

 

Daniela Hoffbauer
Gláucia Tomaz de Aquino Pessoa
Out. 2018

 

Bibliografia

LAURO SEVERIANO MÜLLER. ERMAKOFF, George (Org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial. 2012.

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MÜLLER, Lauro. Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/lauro_Müller. Acesso em: 24 set. 2018.

MÜLLER, Lauro Severiano. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Disponível em: https://ihgb.org.br/perfil/userprofile/LSMüller.html. Acesso em: 26 set. 2018.

CACHAPUZ, Paulo Brandi. Lauro Müller. PAULA, Christiane J.; LATTMAN-WELTMAN, Fernando (Org.). Dicionário histórico-biográfico brasileiro, 2010. Disponível em: https://bit.ly/2WjvgOO.  Acesso em: 16 jan. 2019.