Felisbelo Firmo de Oliveira Freire

Nasceu em Itaporanga, província de Sergipe, em 30 de janeiro de 1858. De família escravocrata e proprietária de engenhos, era filho do coronel Felisbelo Firmo de Oliveira Freire e de Rosa do Amarante Góis Freire, neto de Luís Francisco Freire, e sobrinho de Felisberto de Oliveira Freire,  barão de Laranjeiras. Fez seus estudos secundários no Ateneu Sergipense, em Aracaju, finalizado na cidade de Salvador. Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, tendo concluído o curso em 1882. Já formado, instalou-se na cidade de Laranjeiras, em Sergipe, onde exerceu a medicina. Atuou ainda como jornalista, destacando-se como propagandista da causa abolicionista e republicana, ao lado de nomes como Baltasar de Araújo Góis, Fausto Cardoso e Josino de Meneses. Participou do Clube Republicano de Laranjeiras, fundado em 1888, tendo colaborado com os periódicos O Horizonte e O Laranjeirense. Em 1889, transferiu-se para o Rio de Janeiro, retornando a Sergipe após a Proclamação da República, nomeado presidente da província pelo chefe do governo provisório, Deodoro da Fonseca. Durante sua gestão, tentou diminuir o déficit público com diminuição da força policial e de servidores públicos, o que provocou forte oposição ao seu governo, e enfrentou uma epidemia de varíola e paludismo. Foi destituído do governo, em agosto de 1890, em decorrência da recusa em oferecer apoio político ao coronel Rosa Júnior, militar ligado ao governo central, na chapa de candidatos ao Senado. Foi eleito deputado para a Assembleia Nacional Constituinte (1890-1891) e a legislatura ordinária (1891-1893), por seu estado. Integrou a chamada comissão especial de vinte e um membros, que passaria a ser conhecida como Comissão dos 21, para dar parecer sobre a Constituição provisória, composta por um representante de cada estado, tendo por relator Júlio de Castilhos, deputado pelo Rio Grande do Sul. Em 1893, foi nomeado ministro da Fazenda, durante o governo do marechal Floriano Peixoto (1891-1894), e ocupou interinamente a pasta das Relações Exteriores (1893). Ao final de sua gestão, retomou a clínica médica e dedicou-se à pesquisa histórica. Retornou à política ao ser eleito deputado federal, reelegendo-se por sucessivas legislaturas: 1897-1899, 1903-1905, 1909-1911, 1912-1914 e 1915-1917. Considerado um pioneiro da história de seu estado, publicou diversas obras, como História de Sergipe: 1575-1855 (1891); História constitucional da República dos Estados Unidos do Brasil (1895, em três volumes), História da Revolta de 6 de Setembro de 1893 (1896), História do Brasil (1896), Elementos de história natural: botânica e zoologia (1896), Noções de direito pátrio e economia política (1896), História territorial do Brasil (1906), História do Banco do Brasil (1907), Os portugueses no Brasil: estudo histórico e crítico (1907), Os bastidores da política no Brasil: vida íntima de d. Pedro II e os grandes homens do segundo Império (1911). Foi membro de inúmeras entidades históricas e culturais, como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e o Instituto Arqueológico de Pernambuco. Morreu no Rio de Janeiro, em 7 de maio de 1916.

 Daniela Hoffbauer
Set. 2023

Bibliografia

FREIRE, Felisbelo. In: ABREU, Alzira Alves de. Dicionário histórico-biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://shre.ink/2Eym. Acesso em: 6 set. 2023.

SALMERON, Igor. Felisbelo Freire, pioneiro da história de Sergipe. Disponível em:  https://shre.ink/2EIm. Acesso em: 11 set. 2023.

FELISBELO FIRMO de Oliveira Freire. In: Sacramento Blake. Dicionário bibliográfico brasileiro. Imprensa Nacional. Rio de Janeiro, 1893. Segundo volume. Disponível em: https://shre.ink/2sOV. Acesso: 12 set. 2023.

Introdução ao pensamento historiográfico de Felisberto Freire

MEDEIROS, Samuel Barros de Medeiros. Felisbelo Freire: o mulato e o político na história de Sergipe. Disponível em: https://shre.ink/rDWv. Acesso: 12 set. 2023.