Nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1757. Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra. Seguiu carreira como magistrado, foi ouvidor-geral do crime e desembargador do Desembargo do Paço, intendente-geral do Ouro de Sabará e desembargador da Relação do Rio de Janeiro. Com a vinda da família real para o Brasil, foi nomeado intendente-geral de Polícia da Corte e Estado do Brasil, criada em 1808 à semelhança da existente em Lisboa. Exerceu atribuições variadas à frente da Intendência de Polícia, como o comando do policiamento, a fiscalização do teatro e dos divertimentos públicos, a expedição de alvarás de licença para casas de jogos, botequins e para a mendicância, a realização de mapas de população, alistamento dos meios de transporte, expedição de passaportes, o registro e a vacinação pública. Sua jurisdição ampla e ilimitada sobre a ordem pública e as questões urbanas deu-lhe grande notoriedade, especialmente por sua atuação implacável contra os capoeiras e as manifestações populares, e pela perseguição às sociedades secretas, acusadas de divulgar ideias liberais e fomentar conspirações com base nos princípios revolucionários franceses. Sua atuação contundente contra as sociedades secretas, as perseguições e prisões motivadas pela censura resultaram no seu enfraquecimento político. Foi destituído do cargo em 26 de fevereiro de 1821, por d. João VI, no contexto da revolução liberal constitucionalista do Porto. Recebeu os títulos de fidalgo da Casa Real, comendador das ordens de Cristo e da Conceição de Vila Viçosa, e barão de São Simão. Morreu no Rio de Janeiro, em 1º de maio de 1821.
Bibliografia
BARRETO FILHO, Mello; LIMA, Hermeto. História da polícia do Rio de Janeiro: aspectos da cidade e da vida carioca (1565-1831). Rio de Janeiro: A Noite, 1941.
GUERRA, Paulo de Sales. Paulo Fernandes Vianna e sua paixão pelo Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: [s.n.], 1990.
SILVA, Maria Beatriz Nizza da (org.). Dicionário da colonização portuguesa no Brasil. Lisboa: Verbo, 1984.