Nasceu em São Francisco do Conde, província da Bahia, em 28 de janeiro de 1847. De família tradicional de senhores de engenho, era filho de Paulo de Argolo Queirós e de Gracinda de Melo e Silva. Seu pai lutou na Campanha Cisplatina (1825-1828) e seu tio, o general Alexandre Gomes de Argolo Ferrão, barão da Cajaíba, foi deputado pela Bahia nas Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, participou das lutas da Independência na Bahia, foi vice-presidente e presidente da província. Em 1866, iniciou a carreira militar ao assentar praça no 40º Corpo de Voluntários junto com o irmão, Paulo Argolo Queirós, que morreria em combate na batalha do Itororó, para a Guerra do Paraguai (1864-1870), que reuniu Brasil, Argentina e Uruguai contra as forças de Solano López. Esteve em importantes operações do conflito, como as que ficariam conhecidas como “dezembrada”, na região do Chaco, que marcou a vitória das tropas brasileiras, sob comando do marechal Luís Alves de Lima e Silva, duque de Caxias, e a Campanha das Cordilheiras, sob o comando de Luís Filipe Maria Fernando Gastão, conde d´Eu. Em 1871, ingressou na Escola Militar, tendo recebido diversas promoções ao longo de sua trajetória militar: praça (1866), alferes (1868), tenente (1869), capitão (1871), major (1888), tenente-coronel (1890), coronel (1890), general de brigada (1893), general de divisão (1900) e marechal (1902). Com a Proclamação da República, foi eleito deputado federal para a Assembleia Nacional Constituinte (1890-1891) e a legislatura ordinária (1891-1893), pelo estado da Bahia. Em 1893, no comando do 5° Distrito Militar, combateu a Revolução Federalista (1893-1895), que atingiu os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, junto às forças legalistas lideradas pelo presidente do estado, Júlio Prates de Castilhos. Nesse ano, instalou em São Bento, Santa Catarina, um governo provisório, pois a capital, Desterro (Florianópolis), estava tomada pelas forças federalistas de Gaspar da Silveira Martins. Atuou ainda no enfrentamento à Revolta da Armada (1893-1894), rebelião de altos oficiais da Marinha contra o governo de Floriano Peixoto (1891-1894), na defesa de Niterói, capital do estado do Rio de Janeiro. Em 1897, foi nomeado ministro da Guerra, no governo de Prudente de Morais (1894-1898), mas ficaria no cargo por apenas quatro meses, por desavença com o presidente. No ano seguinte, foi designado intendente-geral da Guerra e, em 1902, reconduzido ao cargo de ministro pelo presidente Rodrigues Alves (1902-1906). Sua gestão à frente da pasta foi marcada por problemas com o Peru, em decorrência de disputas por áreas de fronteira na região do Alto Purus e Alto Juruá, no Amazonas, resolvidas por um acordo provisório assinado pelos dois países em 1904. Reorganizou o ensino militar, pelo decreto n. 5.698, de 2 de outubro de 1905. Foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar em 1905 e tomou posse no dia 6 de março daquele ano, tendo sido seu presidente de 1911 a 1920, quando afastou-se das atividades. Recebeu as medalhas de mérito militar e a geral da campanha do Paraguai, foi agraciado com os títulos de cavaleiro da Ordem de Cristo e de cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, pelos serviços prestados em combate. Morreu no Rio de Janeiro, em 11 de fevereiro de 1930.
Daniela Hoffbauer
Jun.2022
Bibliografia
ARGOLO, Francisco de Paula. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3whYAqZ. Acesso em: 16 maio 2022.
ARGOLO, Francisco de Paula. In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012.
MARECHAL Francisco de Paula Argollo. In: MEMÓRIA Justiça Militar da União. Disponível em: https://bityli.com/VWYjCX. Acesso em: 20 jun. 2022.