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Antônio Olinto dos Santos Pires

Publicado: Quinta, 28 de Março de 2024, 11h30 | Última atualização em Quinta, 18 de Abril de 2024, 11h33 | Acessos: 114

Nasceu no Serro, província de Minas Gerais, em 15 de dezembro de 1860. De família tradicional na economia e política da região norte mineira, era filho do desembargador Aurélio Pires de Figueiredo Camargo e de Maria Josefina dos Santos Pires. Seu avô, Josefino Vieira Machado, barão do Guaiçuí, republicano e abolicionista, era proprietário de diversas empresas voltadas para o ramo da navegação fluvial no rio das Velhas, além de possuir investimentos na exploração de diamantes, lavouras de café, algodão, cana-de-açúcar e na instalação de serrarias para a exploração de áreas florestais. Seu primo, Francisco Sá, foi ministro da Viação e Obras Públicas na presidência de Nilo Procópio Peçanha (1909-1910) e de Artur da Silva Bernardes. Fez seus primeiros estudos no Seminário Episcopal de Diamantina. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, então capital do Império, onde iniciou o curso de engenharia na Escola Politécnica, concluído na Escola de Minas de Ouro Preto, em 1882. Já formado, dirigiu o serviço de exploração de diamantes, na localidade de Portão de Ferro, próximo do município de Diamantina, numa empresa de mineração francesa. Realizou estudos das jazidas de diamantes dos rios Abaeté e Santo Antônio, em Minas Gerais, pela Escola de Minas de Ouro Preto. Nessa escola, assumiu como professor interino nas cadeiras de matemática e de agrimensura, topografia e cosmografia, em 1884, efetivando-se nesta última em 1888. Atuante propagandista republicano, participou do congresso realizado em Ouro Preto, em 1888, que fundou o Partido Republicano Mineiro. Foi um dos redatores do manifesto e integrou o primeiro diretório central, além de dirigir o jornal O Movimento, órgão oficial do Partido Republicano Mineiro (PRM). Em 1889, por ocasião da Proclamação da República, foi presidente do governo do estado de Minas Gerais por um breve período, até a posse do Cesário Alvim, designado pelo ministro do governo provisório de Deodoro da Fonseca. Foi eleito deputado federal pelo seu estado para a Assembleia Nacional Constituinte (1890-1891) e a legislatura ordinária (1891-1893). Destacou-se pela apresentação, com o deputado Inocêncio Serzedelo Correia, de projeto de lei que revia o regime de propriedade de minas previsto na Constituição recém-aprovada, em que defendiam a separação da propriedade da terra da propriedade das minas, prevendo a exigência da permissão do governo para a lavra e exploração mineral. Em virtude das disputas internas da oligarquia mineira, que opunham republicanos históricos e os chamados adesistas, que seria expressa a nível nacional pela divisão entre o apoio ao marechal Floriano Peixoto ou a Deodoro da Fonseca, afastou-se do Partido Republicano Mineiro (PRM). Integrante do grupo florianista, participou da criação do Partido Republicano Constitucional (PRC), que defendia a República federativa presidencialista, em oposição à proposta parlamentarista, bandeira do Partido Republicano Conciliador, agremiação de Cesário Alvim. Foi eleito deputado federal para a legislatura 1894-1896, mas renunciou ao mandato para assumir a pasta da Indústria, Viação e Obras Públicas, no governo de Prudente de Morais. Foi exonerado do cargo pelo vice-presidente Manuel Vitorino Pereira, que assumira o governo em virtude do afastamento temporário de Prudente de Moraes por motivos de saúde. Não reassumiu seu mandato de deputado federal, retornando ao cargo de professor na Escola de Minas de Ouro Preto, até sua aposentadoria em 1914. Foi chefe da Superintendência dos Estudos e Obras (1907), diretor-geral do Telégrafo Nacional (1909-1910), presidente da Companhia de Loterias Nacionais e do Instituto Politécnico Brasileiro. Integrou a missão brasileira na Exposição de Saint Louis (EUA) em 1904, tendo sido responsável pela área de minas e metalurgia; presidiu o diretório executivo da Exposição Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1908; presidiu a comissão organizadora da Exposição Internacional de 1922, no Rio de Janeiro, comemorativa do Centenário da Independência, na parte relativa à indústria, à agricultura e ao comércio; e presidiu a delegação brasileira no Congresso  Ferroviário  Sul-Americano, realizado em Buenos Aires, em 1910. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, do Instituto Histórico de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Geografia, além de inúmeras outras sociedades científicas. Integrou a comissão que organizou o Dicionário histórico e geográfico do Brasil, comemorativo do centenário da Independência. Escreveu estudos históricos e científicos de sua área, como “Mineração no Brasil: riquezas minerais”, incluído no Livro do centenário do descobrimento do Brasil (1902) e Silhuetas parlamentares (1898), assinado com o pseudônimo Lúcio Floro. Morreu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 25 de fevereiro de 1925.

Daniela Hoffbauer
Dez. 2022

Bibliografia

CARVALHO, José Murilo de. Nas alturas: impacto. In: CARVALHO, José Murilo de. A escola de Minas de Ouro Preto: o peso da glória. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2010. p. 81-129. Disponível em: https://bit.ly/3wzHoMR. Acesso em: 25 jan. 2023.

MARTINS, C. E.; CARNEIRO, C. D. R; ABREU, A. E. S.  de.  A  “Speleologia”  de  Antonio Olinto dos Santos Pires e o Centenário da Independência do Brasil (1922). Terræ Didática, v. 18, p. 1-12, e022020. Disponível em: https://bit.ly/3R2vBQQ. Acesso em: 25 jan. 2023.

OLINTO, Antônio. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3uKu0Vo. Acesso em: 9 dez 2022.

PERFIS mineiros: Antônio Olinto dos Santos Pires. Indicador, Belo Horizonte, Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, v. 8, n. 31, p. 1.365-1.370, jan./mar. 1990. Disponível em: https://bit.ly/3wu4a8Y. Acesso em: 25 jan. 2023.

SENADO FEDERAL. Biografias. Dantas Barreto. Disponível em: https://bit.ly/3pSOqMW. Acesso em: 12 dez. 2022.

SILVA, Carolina M. Neves da. Sob a pena de um publicista: disputas políticas e imprensa mineira pela atuação de Mendes Pimentel na primeira década republicana. Disponível em: https://bit.ly/3YnVHRm. Acesso em: 13 dez 2023.

SILVA, Rodrigo Machado. Imprensa, Proclamação da República e a nova ordem política em Minas Gerais. Disponível em: https://bit.ly/3HthDVo. Acesso em: 14 dez 2022.

VISCARDI, Cláudia M. Ribeiro. O republicanismo mineiro. Disponível em: https://bit.ly/3WeRCgF. Acesso em: 12 dez. 2022.

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