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Bernardo Vasques

Publicado: Quinta, 30 de Setembro de 2021, 10h04 | Última atualização em Quarta, 23 de Fevereiro de 2022, 11h10 | Acessos: 1307

Nasceu em Magé, na província do Rio de janeiro, em 9 de agosto de 1837. De origem humilde, era filho de Bernardo José Vasques e Cândida Vasques. Foi transferido para a corte para estudar, gratuitamente, no colégio do mosteiro de São Bento, e ingressou, em 1856, na Escola Militar, o que permitiu que assentasse praça, voluntariamente, no 1º Batalhão de Artilharia. Incorporado ao Batalhão de Engenheiros, obteve dispensa do serviço militar para continuar seus estudos, concluídos em 1862. Prestou serviços na Repartição do Ajudante General (1863), comandou a 8ª Companhia do 3º Batalhão de Artilharia, no Pará (1864), e o Laboratório Pirotécnico do Arsenal de Guerra do Pará (1865). Integrou as tropas que partiram da capital do Império para lutar da Guerra do Paraguai (1864-1870). À frente da 3ª Bateria, participou de inúmeras ações, como a Batalha de Tuiuti e a capitulação da fortaleza de Humaitá. Como integrante do 2º Corpo do Exército, esteve na Campanha das Cordilheiras, tendo ainda assumido o comando do 1º Regimento de Artilharia. Por sua atuação nos cinco anos de campanha, recebeu a Medalha Geral da Campanha do Paraguai, criada para premiar os que fizeram parte do Exército em operações contra o governo de Francisco Solano López. Finda a guerra, reassumiu postos regulares do Exército, tendo servido em diferentes funções, como na Escola Militar no Rio de Janeiro, onde comandou a 1ª Companhia de Alunos (1872). Integrou a Comissão Militar de Engenheiros no Rio Grande do Sul (1874), foi auxiliar do diretor do Arsenal de Guerra do Mato Grosso (1874), auxiliar da comissão de Engenharia Militar do Rio Grande do Sul (1876), e comandou, interinamente, o 1º Regimento de Artilharia (1877). Dirigiu a Escola de Aprendizes Artilheiros (1885) e assumiu o comando interino das armas na província do Amazonas. Atuou como propagandista do ideário republicano, tendo se posicionado contra as sanções sofridas pelos militares por manifestações públicas em questões políticas ou militares, e sido transferido para o 1º Regimento de Artilharia como represália, em 1887. Com o advento da República, foi indicado pelo governo provisório do marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891) presidente do estado de Goiás, mas não tomaria posse. Foi comandante da Brigada Policial da Capital Federal duas vezes (1889-1891 e 1891-1892), exonerando-se para assumir o comando superior da Guarda Nacional (1892). Foi nomeado por Floriano Peixoto (1891-1894) comandante do 6º Distrito Militar, sediado em Porto Alegre, em meio à disputa entre o Partido Federalista e o Partido Republicano Rio-Grandense pelo controle político do estado, garantindo a aproximação do presidente com o grupo de Júlio de Castilho. Em 1893, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar. Atuou na Revolução Federalista (1893-1895) junto às forças legalistas, favoráveis aos castilhistas, e na Revolta da Armada (1893-1894), tendo comandado as forças que guarneciam o litoral fluminense. No governo Prudente de Moraes (1894-1898), foi nomeado para o cargo de ministro da Guerra (1894-1896). Criou o Laboratório de Microscopia Clínica e Bacteriologia, para o serviço sanitário do Exército; promoveu a restauração e melhoria das fortalezas; alterou o regulamento dos arsenais de guerra; fundou o Estado-Maior do Exército e a Intendência-Geral de Guerra. Foi agraciado com o grau de cavaleiro imperial da Ordem do Cruzeiro (1866) e o da Ordem de Cristo, com o grau de cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz (1871) e com a grã-cruz de São Bento de Aviz (1890), além da medalha militar por bons serviços (1902). Morreu no Rio de Janeiro, em 23 de outubro de 1902.

Daniela Hoffbauer
Ago. de 2020

 

Bibliografia 

ARSENAL Real do Exército. In: DICIONÁRIO da Administração Pública Brasileira do Período Imperial (1822-1889), 2016. Disponível em: https://bit.ly/2T5KHrF. Acesso em: 27 ago. 2020.

BENTO, Cláudio Moreira; GIORGIS, Luiz Ernani Caminha. História da 3ª Região Militar (1889 -1953). Porto Alegre: 1995. Disponível em: https://bit.ly/31lEUmn. Acesso em: 30 ago. 2020. 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996. 

MARECHAL Bernardo Vasques. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 28 fev. 1960, p. 2. Disponível em: https://bit.ly/3dHLWGW. Acesso em: 30 ago. 2020.

MINISTÉRIO da Guerra. In: DICIONÁRIO da Administração Pública Brasileira da Primeira República (1889-1930), 2015. Disponível em: https://bit.ly/349bVUt. Acesso em: 31 ago. 2020.

VASQUES, Bernardo. In: DICIONÁRIO da Elite Política Republicana (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/3oehGsf. Acesso em: 17 ago. 2020.

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