Nasceu na fazenda de São Paulo, na Vila do Porto da Estrela, no Rio de Janeiro, em 25 de agosto de 1803. Filho de Mariana Cândida de Oliveira Bello e Francisco de Lima e Silva, marechal de campo do Exército português, foi o segundo filho entre 9 irmãos. Aos cinco assentou praça como cadete do 1º Regimento de Infantaria do Rio de Janeiro de seu avô, o brigadeiro e marechal José Joaquim de Lima e Silva, seguindo uma tradição familiar. Em 1811 mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro junto com seus pais, sendo matriculado no Seminário de São Joaquim, que em 1837 se tornou o Colégio Pedro II. De 1818 a 1821 estudou na Academia Real Militar, instalada no Brasil em 1810 com o objetivo de formar oficiais de artilharia e engenharia. Serviu no 1º Batalhão de Fuzileiros (1821), e a seguir no Batalhão do Imperador (1822), cujos membros foram escolhidos pessoalmente por d. Pedro I. Participou do processo de independência, combatendo na Bahia as forças do brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo, governador das Armas da capitania, fiel a Portugal. Com a vitória sobre as tropas portuguesas na Bahia, em 2 de julho de 1823, retornou ao Rio de Janeiro promovido a capitão (1824). Em 1825 foi enviado para o sul junto com o Batalhão do Imperador, para lutar contra Buenos Aires, na Guerra da Cisplatina (1825-1828). Retornou em 1829 já promovido a major, pelo decreto de 2 de dezembro de 1828, e nomeado segundo comandante do Batalhão do Imperador. Após a abdicação de d. Pedro I, voluntariou-se ao Corpo de Guardas Municipais Permanentes, do qual se tornara subcomandante, e se opôs à revolta liderada pelo major Miguel de Frias e Vasconcelos, que proclamara a República no Campo de Santana. Assumiu a direção do Corpo de Guardas Permanentes, nomeado comandante em 18 de outubro de 1832. No ano seguinte casou-se com Anna Luiza de Loreto Carneiro Viana, com quem teve três filhos: Luiza de Loreto, Anna de Loreto e Luiz, precocemente falecido. Promovido a tenente-coronel em 1837, foi nomeado presidente e comandante em armas da província do Maranhão, em 1839, com o intuito de combater a revolta provincial denominada Balaiada (1838-1841). Tomou posse do cargo em fevereiro de 1840 e criou a ‘Unidade Pacificadora do Norte’, tendo comandado pessoalmente as tropas na repressão dos revoltosos. Deixou o Maranhão em 1841, e retornou ao Rio de Janeiro com a patente de brigadeiro e o título de barão de Caxias, tendo recebido o cargo de comandante de Armas da Corte (1842). Foi convocado a lutar contra as revoltas liberais que eclodiram em São Paulo, comandada pelo brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e Minas Gerais, liderada por Teófilo Otoni, contra o chamado Golpe da Maioridade (1842). Nomeado vice-presidente e comandante das Armas da província de São Paulo, venceu as forças revoltosas e prendeu um dos idealizadores do movimento, o ex-regente Diogo Feijó, na sede da rebelião, a cidade de Sorocaba. Retornou à Corte, quando foi nomeado ajudante de campo do imperador, d. Pedro II, por meio do decreto de 23 de julho de 1842. Em Minas Gerais venceu os liberais revoltos e prendeu seus principais líderes, Teófilo Ottoni e Camilo Maria Ferreira Armond, em batalha no arraial de Santa Luzia, em agosto de 1842. No retorno à Corte, foi promovido a marechal de campo graduado, em decreto de agosto de 1842. Foi nomeado presidente da província do Rio Grande e comandante-em-chefe do Exército, por decreto em 28 de setembro de 1842, para combater a Revolução Farroupilha (1835-1845). Negociou o fim da revolta e a assinatura do Tratado de Poncho Verde, assinado em 1º de março de 1845, e foi eleito senador vitalício pela província do Rio Grande, em 1846. Neste mesmo ano voltou para o Rio de Janeiro, reassumiu o Comando das Armas da Corte e tomou posse da cadeira de senador. Foi mais uma vez nomeado comandante em chefe das tropas e presidente da província do Rio Grande do Sul para combater o uruguaio Manoel Oribe e seu aliado argentino, Juan Manuel de Rosas, na chamada Guerra do Prata (1851-1852). Com a vitória brasileira e de seus aliados no conflito do Prata, recebeu a patente tenente-general e o título de marquês de Caxias (1852). Foi nomeado ministro da Guerra no Gabinete de Conciliação (1855), chefiado por Honório Hermeto Carneiro Leão, o marquês do Paraná. Em 1857 assumiu a presidência do Conselho de Ministros do Império, cargo que voltaria a ocupar em 1861, cumulativamente ao de ministro da Guerra. Em 1863 reassume seu assento no Senado, tendo sido ainda graduado marechal-do-Exército. Em 1865 foi nomeado para o cargo de comandante-em-chefe das tropas brasileiras na Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), que reuniu Brasil, Argentina e Uruguai contra as forças paraguaias de Solano López. Sua função foi unificar o comando das tropas aliadas e articular as ações após a dura derrota de Curupaiti. Melhorou as condições das tropas brasileiras no Paraguai, cuidou da saúde e do atendimento médico, do abastecimento de víveres e forneceu vestuário apropriado ao clima da região, além de recompor efetivos e armamentos. Recebeu críticas contra o seu desempenho na guerra, registradas na imprensa e em setores políticos da capital do Império. Retirou-se da Guerra do Paraguai em 1869, após a tomada de Assunção, capital do Paraguai, retornando ao Rio de Janeiro. Recebeu o título de duque de Caxias por seus relevantes serviços prestados na guerra. Em 1875 foi nomeado, pela terceira vez, ministro da Guerra e presidente do Conselho de Ministros. Figura central do Império, membro do Conselho de Estado, veador da Casa Imperial, grã-cruz das ordens de São Bento de Avis, da Rosa e de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, de Portugal. Foi sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e provedor da Irmandade Santa Cruz dos Militares, no Rio de Janeiro. Morreu na fazenda Santa Mônica, no interior do estado do Rio de Janeiro, em 8 de maio de 1880.
Daniela Hoffbauer
10 ago. 2017
Bibliografia
ERMAKOFF, George. Duque de Caxias (Luiz Alves de Lima e Silva). In: ERMAKOFF, George (org). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro. G. Ermakoff casa editorial. 2012.
GRINBERG, Keila. Duque de Caxias. In: VAINFAS, Ronaldo (dir). Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro. Editora Objetiva. 2002.
SOUZA, Adriana B. Duque de Caxias. O homem por trás do monumento. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 2008.