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cargos da estrutura central das secretarias de estado

Cargos

SENI

SENJ

SENE SENM SENG SENF

Oficial-maior

1 1

1 2 1 2

Oficial-maior graduado/Chefe

de Seção

1

3

1

1

4

4

Oficiais

6

6

11

7

12

4

Amanuense

6

6

5

6

6

4

Praticante

2

1

4

4

Cartorário

1

1

1

Ajudante do cartorário

1

1

1

Contador-geral

1

Procurador fiscal

1

Escriturário

– 14

Adido

10

Tesoureiro-geral

1

Tesoureiro

2

Fiel

2

Escrivão

2

Porteiro

1

2

1

1

1

2

Ajudante de porteiro

3

1

1

1

2

1

Contínuo

1

Correios

4

4

4

4

4

4

Total

24

24

25

25

36

60

B

C

E

D

A

Guia da administração brasileira:

império e governo provisório |

20

21

|

Guia da administração brasileira:

império e governo provisório

uma das secretarias de Estado, em 1845, era composta dos seguintes cargos e

número de empregados:

O

Anuário Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro

, mais conhecido

como

Almanak Laemmert

, divulgava a relação nominal dos serviços profissio-

nais disponíveis na Corte, inclusive a dos detentores dos empregos públicos e

sua localização. Como chamam atenção seus editores no primeiro número do

periódico, ainda que pudesse haver alguma omissão, o

Almanak

permite acom-

panhar em linhas gerais a evolução da administração imperial. É a Fazenda que

reúne o maior número de empregados e a maior variedade de cargos, o que

denota também a maior especialização das atividades sob sua responsabilidade

e, ao mesmo tempo, testemunha sua precoce organização em unidades admi-

nistrativas. Além disto, como vimos, a Secretaria da Guerra passou, na década

de 1840, por reformas que a dotaram de uma organização mais particulariza-

da, com a criação do Livro Mestre, seu arranjo em seções e o estabelecimento

de uma contadoria em sua estrutura (

almeida

, 2013).

Assim, a administração imperial avançava, afastando-se da organização perso-

nalista, estruturada em cargos que agregavam o conjunto de atribuições. Este

movimento demonstra uma maior complexidade das atividades destes órgãos,

o que impunha certa necessidade de especializar suas atividades. Porém, ainda

que a denominação das unidades administrativas que compunham a estrutura

central das secretarias tenha se uniformizado, o mesmo não ocorreu com o

número de seções. No caso da Guerra e da Marinha, houve uma clara pre-

ocupação com a administração do orçamento destas secretarias, tendo sido

extintas as contadorias que funcionavam nos respectivos arsenais e criadas

contadorias-gerais subordinadas aos respectivos secretários. Na Marinha, a

estrutura destinada à administração de sua receita e despesa era mais simples,

a Seção de Contabilidade ficou subordinada ao oficial-maior, e na Guerra, a

Contadoria-Geral possuía três seções, dirigidas por um contador-geral, no

mesmo nível hierárquico do oficial-maior, e diretamente submetida ao secre-

tário de Estado.

Além disto, também podemos observar nos regimentos deste período que se

inicia a preocupação em determinar muitos procedimentos burocráticos, ainda

que de forma incipiente e com peso variável nos regulamentos das secretarias.

Neste momento, questões como subordinação hierárquica, faltas, omissões, li-

cenças, horário de trabalho, demissão, sanções para o extravio de papéis ou re-

velação dos negócios reservados não indicam, igualmente, uma disposição em

padronizar o tratamento com seu quadro próprio. Há ainda o estabelecimento

de penas, que variavam em função do tipo de transgressão do funcionário, mas

em geral implicava em suspensão e perda de vencimentos, sendo a reincidência

passível de demissão. A questão da nomeação para chefe de seção e oficial-

maior, com base em habilidades específicas, e não por antiguidade, já aparece

no decreto n. 135, de 1842, que reformou a Secretaria de Estrangeiros.

Até 1859, quando se verifica uma nova rodada de alterações nas estruturas das

secretarias de Estado, houve mudanças mais localizadas nas pastas de Justiça,

Império e Guerra. No caso da Justiça, o decreto n. 347, de 19 de abril de

1844, estabeleceu o número de empregados e a divisão dos trabalhos, além

de igualar a tabela de emolumentos às de outras secretarias. Na Guerra, o de-

creto n. 350, de 20 de abril de 1844, alterou sua estrutura, diminuindo para

duas seções subordinadas ao oficial-maior e ao contador-geral, criando ainda

um Cartório.

16

Em termos de arquitetura institucional, a reforma do Tesouro Público Nacio-

nal foi bastante significativa, no sentido de antecipar o que viria a ocorrer so-

mente a partir de 1859, que foi a criação de uma nova unidade administrativa,

a direção-geral, sob responsabilidade do oficial-maior.

17

Este estabelecimento

avança na organização central das secretarias em repartições subordinadas, e

não mais em cargos, o que reforça a estrutura hierarquizada, tanto pelo po-

sicionamento do órgão − que ficava abaixo apenas do secretário de Estado −

como por suas competências.

Em 1850, mais uma vez o Tesouro Público Nacional sofreu nova reestrutura-

ção, pelo decreto n. 736, de 20 de novembro. Ficava mantido o Tribunal do

Tesouro, ainda que com diferentes atribuições, e alterado o formato da admi-

A

.

Destes oficiais, três estavam

em comissão em Londres,

Bruxelas e Turim.

B

.

Na Secretaria de Estado

dos Negócios da Guerra havia

distinção do cargo de 1º oficial,

em número de seis, e 2º oficial,

também em número de seis.

Nesta tabela colocamos os dois

cargos como oficiais.

C

.

Havia quatro amanuenses civis

e dois militares na Secretaria

da Guerra.

D

.

Na Fazenda havia seis 1º

escriturários e oito

2º escriturários.

E

.

O empregado adido não

era efetivo ao quadro da

administração imperial.

16.

A 3ª Seção da Contadoria,

criada em 1841, foi convertida

em uma nova repartição,

a Contadoria do Arsenal,

diretamente subordinada à nova

Contadoria-Geral da Guerra.

Porém, o decreto n. 574,

de 1850, desanexará mais uma

vez a Contadoria-Geral da

estrutura da Guerra, que ficará

apenas com duas seções.

Cf.

almeida

, 2013, p. 16.

17.

Cf. Decreto n. 346, de 30 de

março de 1844.