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dade. No entanto, enquanto nação e Estado eram pensados em es-
feras distintas na Europa, no Brasil a tríade Estado-nação-Coroa foi
considerada como uma única coisa. Desse modo, a ideia de “nação
brasileira” não foi construída em oposição à antiga metrópole, ten-
do sido tomada como continuadora da tarefa civilizadora iniciada
com a colonização portuguesa (Guimarães, 1988, p. 5-7).
Além da problemática da nação, outras questões foram levantadas
acerca da produção de uma história brasileira no âmbito do Institu-
to Histórico. Temístocles Cezar, por exemplo, ao analisar o discur-
so de Januário da Cunha Barbosa, publicado em 1839 na
Revista do
IHGB
, aponta as principais questões que nortearam a historiografia
brasileira no Oitocentos:
O discurso de Januário da Cunha Barbosa sintetiza uma
série de variantes que se tornam temas do IHGB, e, por-
tanto, da historiografia brasileira, ao longo do século XIX.
A esse respeito, é preciso inscrevê-lo também em uma
rede mais ampla e complexa que engloba a busca da
cientificidade (ainda que o vocábulo não esteja presen-
te em Barbosa), como forma de se atingir a história e,
ao mesmo tempo, fazer uso político do saber histórico.
Ou seja, contar a história da nação; essa exercendo aqui
a função de conceito organizador e de recurso narrati-
vo àquela. Barbosa, na realidade, apenas sugere traços
que são reforçados ao longo do século, sobretudo, a va-
lorização e a hierarquização das fontes, a imparcialidade
do historiador (a objetividade não é ainda um vocábulo
corrente), o trabalho de equipe. Ele propõe também te-
mas de pesquisa, como a biografia, e ensaia a fixação de
uma periodização para a história brasileira. (Cezar, 2004,
p. 26-27)
Para a realização da tarefa de escrever a história da nação brasilei-
ra, seria necessário o trabalho de coleta, classificação e divulgação
de fontes documentais. Essas fontes confeririam caráter “científico”
a essa história. Além do Instituo Histórico e Geográfico Brasileiro,
outras instituições fizeram esse trabalho, tais como a Biblioteca Na-
cional e o Arquivo Público do Império, que foi criado no mesmo ano
do instituto.